Novembro: Evangelho do Juízo Final

 

Entramos no último mês litúrgico do ano de 2023 e estamos aguardando a chegada da nova edição do Missal Romano dedicada ao Brasil. A tradução, do segundo livro litúrgico mais importante da nossa igreja, levou quase vinte anos para ser concluída e entrará em vigor no dia 03 de dezembro com a celebração do 1º Domingo do Advento.

Novembro é um mês rico liturgicamente, iniciamos no dia 02, quinta-feira, onde a Igreja reza pelos fiéis defuntos, pelos falecidos. Um dia especial para rezar por tantas pessoas que, ao nosso redor, contribuíram e foram decisivas para que tenhamos vida e vida com dignidade. Rezar pelos falecidos é entrar na comunhão com todos os que estão juntos de Deus que é a razão da nossa fé e esperança.

Estar em comunhão com os fiéis falecidos, pede um olhar para dentro de nós mesmos e exaltar a necessidade de sermos humildes, fraternos, procurando a conversão e uma vida nova em Cristo. A Igreja celebra com fé o mistério Pascal, na certeza de que todos que se tornaram pelo Batismo membros do Cristo crucificado e ressuscitado, e através da morte, passam com ele à vida sem fim.

Ao iniciarmos o primeiro domingo do mês, dia 05, celebrando todos os Santos e Santas da Igreja, meditamos sobre a nossa busca da santidade e sobretudo, reconhecendo os santos e santas que estão ao nosso lado. Valorizando e agradecendo as pessoas dedicadas, aquelas que nos ajudam, que cuidam de nós, as pessoas que se dedicam intensamente para o bem maior de nossas vidas, e dos nossos irmãos, do cuidado e do amor fecundo para que o bem maior prevaleça e vença. ¨A Igreja é santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santifica-la; por isso todos na Igreja são chamados à santidade¨ (LG 39).

Depois, em vista, de tanto empobrecimento, celebramos no dia 19, o VIIº Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento o Papa Francisco disse: ¨Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade¨.

Que durante este mês nos preparemos bem para o dia mundial dos pobres e que cheguemos com a consciência tranquila na festa de Cristo Rei, celebrando nossa fé e certeza da pertença ao Reino de Deus.

Esse exercício e gesto solidário, justifica a temática das leituras do último domingo do ano litúrgico, quando debruçamos sobre o juízo final, ao celebrarmos o dia dos cristãos leigos e leigas, o encerramento do 3º Ano Vocacional no Brasil, a Abertura da Campanha para a Evangelização e a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

O Evangelho do juízo final, ao concluirmos o ano litúrgico é o aviso que Jesus passa a seus discípulos e a toda multidão, que é preciso ter uma postura de vida coerente, comprometida e justa.

Em comunhão com Jesus Cristo nosso Rei, somos participantes do seu Reino onde não haverá choro e injustiças, mas sim, a fraternidade, o amor incondicional, onde todos somos reconhecidos a imagem e semelhança de Deus.

Que Nossa Senhora da Piedade, nossa querida Padroeira, nos cubra com sua benção e sua ternura e sejamos fiéis discípulos missionários de seu Filho Jesus que deu sua vida em resgate de toda a humanidade. Que cheguemos todos na sua glória no final da nossa vida terrena.

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

Bispo da Diocese de Lorena/SP