Meu é o que dei. Não posso dar? Sou escravo dela.
O resumo da catequese da Audiência Geral desta quarta-feira.
O sétimo Mandamento da Lei de Deus – «não furtar nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo» – pede-nos o respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade.
A criação querida e feita por Deus não é uma obra em série; entre os seres criados, há diferenças, estão em condições diversas, de tal modo que se pode viver provendo uns ao bem dos outros.
A terra é rica de recursos para assegurar, a todos, os bens primários e no entanto há muitos que vivem numa escandalosa indigência…
O mundo é um só; a humanidade é uma só! E a doutrina social da Igreja apresenta o destino universal dos bens como primordial, embora a promoção do bem comum exija o respeito pela propriedade privada, o direito a ela e o respectivo exercício. Mas, a posse é uma responsabilidade: «a propriedade de um bem – lê-se no Catecismo – faz do seu detentor um administrador da providência de Deus» (n. 2404).
Por isso, todos os bens subtraídos à lógica da Providência de Deus acabam atraiçoados no seu sentido mais profundo. Só possuo verdadeiramente aquilo que sei dar. De fato, se não consigo dar uma coisa é porque ela me possui a mim, tem poder sobre mim, sou escravo dela.
A propriedade de um bem dá-me ocasião para o multiplicar com criatividade e utilizar com generosidade, permitindo-me crescer na caridade e na liberdade. Então a minha vida torna-se boa e a posse torna-se verdadeiramente uma bênção. Pois a vida não é tempo para possuir, mas para amar: o que nos faz ricos, não são os bens mas o amor.
Paz e bênção. Abraço.