Celebramos nesse último Domingo a Solenidade de Pentecostes, que encerra, por assim dizer as comemorações pascais. Nesta celebração o círio pascal é apagado e a partir daí, retoma-se o uso do verde, dando continuidade ao tempo comum na sagrada liturgia. Esta solenidade é a comemoração do cumprimento da promessa, pois como havia prometido o Ressuscitado nos enviou o Paráclito, ou seja, o Defensor, aquele que se coloca ao lado de quem precisa para livrá-lo dos perigos e agir em sua defesa quando perseguido pela causa da Boa Nova.
Na tradição antiga, quando alguém estava sendo acusado perante o tribunal grego, se uma pessoa de considerável índole e boa reputação perante a comunidade se levantasse e se colocasse ao lado da vítima, durante seu testemunho de defesa, ainda que sem nada dizer inocentava a mesma, livrando-a da decisão do tribunal. A esta pessoa, que do meio da assembléia se levantou para ficar paralela a vítima se dava então o nome de paráclito.
Jesus, promete aos apóstolos que lhes enviaria do Pai, o Paráclito, ou seja, o defensor, aquele que estando ao lado deles lhes daria força, coragem e ousadia para enfrentar as perseguições e agir em defesa das verdades por Ele anunciadas, referindo-se assim ao Espírito Santo, cuja vinda sobre a Igreja, após cinquenta dias da Ressurreição.
Essa festa (Pentecostes) causa, portanto, nos corações de todos os fiéis um profundo desejo de anunciar o Evangelho, e provoca em toda a Igreja, uma positiva “desordem”, como lembrou o Papa Francisco em sua homilia do ano passado por ocasião do domingo de pentecostes, na qual afirmou: “À primeira vista o Espírito Santo parece criar desordem na Igreja, porque traz a diversidade dos carismas, dos dons. Mas não; sob a sua ação, tudo isso é uma grande riqueza, porque o Espírito Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade, mas a recondução do todo à harmonia. Quem faz a harmonia na Igreja é o Espírito Santo. Um dos Padres da Igreja usa uma expressão de que gosto muito: o Espírito Santo «ipse harmonia est – Ele próprio é a harmonia». Só Ele pode suscitar a diversidade, a pluralidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade”. (Papa Francisco – Homilia da Festa de Pentecostes 19/05/2013).
Que a festa de Pentecostes então, acenda em nós a luz da esperança, para que jamais nos deixemos guiar pela imparcialidade, mas que unidos pela graça da sua presença nos empenhemos sem medo pela causa do Reino de Deus, anunciando corajosamente a Boa Nova do Evangelho a todos aqueles com os quais entrarmos em contato, causando assim uma boa “desordem” neste mundo dilacerado por discórdia, ao semearmos livremente as sementes dos dons do Espírito Santo, a fim de que brotem por onde passarmos e no coração de quem conosco estiver os frutos deste mesmo Espírito, que são:
- Alegria
- Caridade
- Paz
- Paciência
- Afabilidade
- Bondade
- Fidelidade
- Brandura
- Temperança
E, deste modo, sejamos de fato, homens e mulheres possuídos da força e defesa do Paráclito para o anúncio de Jesus Cristo crucificado no mundo em que vivemos, a fim de que por meio do nosso trabalho, do nosso esforço e dedicação a sua Luz brilhe sobre todos e nos conduza sempre pelo caminho do bem, da justiça, da paz e da verdadeira alegria, que o mundo não oferece, mas o Espírito comunica àqueles que se deixam habitar por Ele.
Deus te abençoe – O Espírito Santo te ilumine
Seja feliz – Alegri@