Simpósio diocesano: Christifideles Laici.

Exortação Apostólica Christifideles Laici – Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo, de São João Paulo II.

Partilho, hoje, minha palavra de abertura em nosso Simpósio.

“Christifideles laici” = literalmente: fiéis de Cristo. O importante é ser cristão ou fiel de Cristo. Na Exortação o fiel leigo é definido pela novidade cristã, comunicada mediante o sacramento do batismo, que o regenera para a nova vida dos filhos adotivos de Deus, com participação na natureza divina; que o une a Jesus (então fica “cristão”) e ao seu Corpo que é a Igreja (e então se torna “católico”); e o unge no Espírito Santo, fazendo dele um templo espiritual, isto é, enchendo-o com a santa presença de Deus, graças à união e à configuração com Jesus Cristo. Ainda em virtude desse mesmo sacramento, o fiel leigo, agora “cristão”, participa do múnus sacerdotal profético e real de Jesus Cristo.

A grandeza, a dignidade e a novidade trazidas pelo divino Salvador está naquilo que é conferido pelo batismo, desenvolvido pela crisma, aperfeiçoado e alimentado pela eucaristia. E isso é comum a todos os fiéis cristãos, sejam leigos, ordenados ou consagrados. Ensina o Concílio Vaticano II, na Constituição dogmática Lumen gentium, n. 32b: “Comum é a dignidade dos membros pela regeneração em Cristo, comum a graça da filiação, comum da vocação à perfeição. E ainda que alguns, por vontade de Cristo, sejam constituídos mestres, dispensadores dos mistérios e pastores em benefício dos demais, reina, contudo, entre todos, verdadeira igualdade quanto à dignidade e à ação comum a todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo”.

O bispo é, em primeiro lugar, cristão. O cristão bispo não pode deixar de ser cristão. O que vale e salva é ser cristão. O “ser cristão” é também para ele o princípio de sua santidade pessoal, enquanto o “ser bispo” é o princípio de sua dedicação apostólica a outros. Esse apostolado é certamente necessário. Mas não basta. Há no evangelho uma palavra que assusta: “Muitos me dirão naquele dia [do juízo]: Senhor, Senhor!, não foi em teu nome que profetizamos, que expulsamos demônios, e em teu nome que fizemos muitos milagres? Então, sem rodeios, eu lhes direi: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, agentes de iniquidade” (Mt 7, 22- 23). O mais importante e excelente é ser cristão fiel e viver a nova vida recebida pelo batismo. Isto vale para todos. Que ninguém se eleve sobre os demais, nem o Papa. Ele também é, em primeiro lugar, cristão, e assim, pastor, vigário de Cristo.

Todos os batizados somos a vida da Igreja, Povo de Deus. Os batizados são sujeitos responsáveis e corresponsáveis, adultos na fé. Assim, todos os batizados exercem, de alguma forma, protagonismo nos diferentes ministérios, em vista da edificação da comunidade eclesial e na missão que nos está reservada.

Todos os cristãos batizados são enviados ao mundo inteiro como luz, sal e fermento. A Igreja tem no Batismo o sacramento fundacional. A Igreja é, em primeiro lugar e acima de tudo, a Igreja de batizados. É importante que o Leigo e a Leiga se preparem, reflitam e caminhem com a Igreja, como Igreja.

Bom dia. Abraço.