Paz e bênção. Responde-me e eu te responderei.
A pergunta de Jesus, que desorienta e faz chamar de volta os seus adversários, mesmo se aguda, é simples. Essa faz parte da atualidade daquele tempo, dos discursos que eram feitos entre as pessoas, sobre as coisas das quais se participava. Recordava a verdade das coisas que acontecia no presente e sobre as quais era preciso se pronunciar. Mas exatamente pelo seu caráter comum, a pergunta de Jesus sobre o Batista se torna comprometedora: Mc 11, 27-33. Quem não se pronuncia sobre as coisas comuns que acontecem está destinado a permanecer ambíguo. E nesta indecisão Jesus não se deixa reconhecer. Jesus é o Senhor, na luz (Jo 1,4).
O servo da ambígua mentira não pode ser seguidor do servo de Javé. A passagem se torna assim a narrativa das nossas perplexidades. Queremos entender Jesus? Sim? Lembremo-nos, então, de não imitar as atitudes daqueles seus contemporâneos. Se repetirmos aquele seu antipático modo de procura, também a nós não será dado de conhecê-Lo. Mas neste caso permanecer perplexos seria também dizer permanecer perdidos.
Queremos, de verdade, conhecer o Senhor? Chamá-Lo com este nome poderoso? Manter-se entre aqueles que não sabem outro senão Jesus Cristo (1Cor 2,2)? Saber que lhe foi dado o poder de fazer aquilo que cumpre (“com que autoridade fazes estas coisas”? v. 28). Jesus o dirá, esclarecerá todas as coisas. Será para nós o Senhor que salva. Mas antes devemos sair ao descoberto. Responder-lhe. Não com a presunção dos grandes, mas com a simplicidade das crianças: Jesus nos responderá sobre si, fazendo-nos responder sobre nós.
Devo me examinar sobre a verdade das coisas que acontecem. Ocorrem-nos perguntas verdadeiras e respostas sinceras: é mais importante para nós a fachada de nossa casa ou aquilo que dentro se vive? A nossa importância ou o nosso serviço? É preciso formular em outras palavras as perguntas que seguem as profecias da paixão; aquelas de Pedro, que não quer a cruz do serviço, sentir toda a profunda verdade e aderência com os nossos pensamentos.
Em suma, Jesus se mostrará sem ambiguidade como teu Salvador e libertador quando tu na prática escolherás o Evangelho.
Mas não é a tua escolha evangélica que se coloca no início da verdade. É a interrogação posta por Jesus. Essa se tornará sempre mais apertada até a suprema interpelação da cruz.
Bom dia. Abraço.