Quando olhamos para história e evolução da tecnologia[1] podemos perceber que nos últimos 60 anos ouve um gigantesco avanço tecnológico. Alguns estudiosos afirmam: o que a tecnologia evoluiu nestes últimos 60 anos equivalem o processo evolutivo desde a descoberta da roda até 1950.
Este avanço não se deu somente na área da informática, por exemplo: a indústria fonográfica também teve um grade avanço. Na década de 70, para ser mais exato em 1979 a Sony fabricou o primeiro modelo de Walkman. Passados alguns anos tivemos os compact disc, isto se tornou uma febre. Com o tempo surge o Mp3, mais tarde temos o fenômeno dos smartphones.
Hoje conseguimos baixar um áudio na internet, ouvir uma web rádio, assistir um videocasting, tudo isso devido a mobilidade, acesso fácil a rede. Com a realidade dos smartphones, vivemos conectados 24 horas por dia. Estamos vivendo em uma era imediatista, onde as pessoas já não tem mais tempo para parar e ler um longo texto.
Hoje quem usa os fones de ouvidos são pessoas de todos os tipos: estudantes de jeans e camiseta e também profissionais de terno e gravata, ou seja todas as classes sociais, culturas e idades. Aqui podemos ver que ouvir música é só o primeiro e mais imediato uso que pode fazer de um leitor de áudio digital.
A partir de 2004 surge o podcasting. O podcasting é um sistema capaz publicar documentos sonoros na internet de modo que seja possível baixa-los no próprio computador ou smartphone automaticamente por meio de programas e app`s (como por exemplo Itunes, Play Música, soudcloud e outros) ou até mesmo diretamente de sites.
O podcasting permite baixar o programa e ouvir a hora que quiser (no ônibus indo para o trabalho ou em uma caminhada de lazer). Para criar conteúdo basta ser criativo, pode se criar um programa semanal ou outras atividades. Em alguns casos vamos ver em sites e blog`s o áudio com a síntese das notícias, outros para aprofundamentos, gravações de entrevistas e palestras, comentários. Outro fator interessante é a difusão de versões de vídeos dos podcasts atualmente conhecidos como videocast. Spadaro vem dizer em seu livro que esta realidade de vídeos com o formato de podcasts pode levar a próprias emissões de TV pessoais (Cf. SPADARO, 2013[2]).
Nestes últimos tempos temos notado o fenômeno dos podcasts crescer. No meio religiosos percebo que ainda existe uma certa resistência a este tipo de formato, não nego que exista alguns grupos Católicos neste meio, mas ainda é pouco. No meio religioso alguns já inventaram termos como Igod ou godcasting. Neste campo temos vários gêneros de podcasts: Homilias, formação, musica, estudo bíblico e outros. Onde os smartphones se tornam uma espécie de púlpito digital. Podemos notar que um grande número de podcasts é colocado online por Padres, Pastores e religiosos que gravam (em seus smartphones) liturgias e cultos inteiros celebrados em suas igrejas.[3]
Para o Padre Antonio Spadaro “o podcasting é uma das mais recentes aplicações ligadas a internet, que é cada vez mais um local aberto de transmissão e fruição de conteúdo de multimídia… o podcasting parece proporcionar ajuda à pastoral. Dada a sua ampla difusão, e considerando-se o uso mais amplo dos leitores de áudio digitais, não deveriam, talvez, as pessoas engajadas na pastoral refletir atentamente sobre o fenômeno e também em como se aproveitar desse meio?”[4]
O podcast pode ser um aliado para nova evangelização? Sim, pode e deve ser explorado para evangelização. Ainda mais hoje!
Diác. Leandro Paulo do Couto
[1] Tecnologia (do grego τεχνη — “técnica, arte, ofício” e λογια — “estudo”)
[2] SPADARO, Antônio. Web 2.0. Redes Sociais. Paulinas. São Paulo. 2013
[3] Idem p. 58
[4] Idem p.59-60