A partir do final do século I e nos Séculos II e III, foram os Padres Apostólicos que deixaram escrito as informações sobre a liturgia cristã: temos a Didaquê (Διδαχń, “ensino”, “doutrina”, “instrução” em grego clássico), Clemente Romano, Inácio de Antioquia e Policarpo de Esmirna. Após a era dos padres apostólicos teremos os Padres apologétas e entre eles temos o testemunho importante do Filosofo Justino mártir. No século III encontramos os primeiros textos litúrgicos na regulamentação eclesiástica de Hipólito de Roma (170-236). Hipólito procura preservar a tradição de falsificações, escrevendo para isso a Tradição Apostólica, documento de 215 d.C. aproximadamente. Hipólito reconhece o direito de livre formulação por parte do Bispo, se este se julgar à altura, no entanto, Hipólito apresenta alguns textos tradicionais.
Ainda no século III dando continuidade às informações escritas por Hipólito sobre o Batismo, Eucaristia e a outorga do ministério eclesial, ainda temos importantes escritos de Tertuliano e de Cipriano, logo no início da literatura cristã na língua latina.
Nos escritos dos autores citados acima encontramos muitas informações referentes à celebração da Páscoa anual, do domingo, dos sacramentos da iniciação cristã, da Eucaristia. Também encontramos escritos sobre a formulação da oração e ordenação do bispo, presbítero e diácono.
Nos sécs. II e III temos a passagem e a expansão do Evangelho de Cristo do mundo hebraico-aramaico ao mundo helenístico através das línguas síria (aramaica) e sobretudo da grega (koiné) e latina.
Em relação a liturgia e também outras áreas da Igreja, é um tempo de improvisação e de criatividade. A liturgia primitiva é extremamente fiel à tradição, foi de certa forma universal exatamente porque era inimaginável que a Tradição apostólica pudesse ser formulada de uma forma definitiva e imutável. Em relação a improvisação da qual falamos implicava a fiel observância de alguns pontos estáveis transmitidos de uma geração a outra.
Referencia:
AUGÉ, Matias. Liturgia. 3ed. Editora Ave-Maria. São Paulo:2007