Homilia setimo Domingo do Tempo Comum

Paz e bênção. Que o amor ocupe sempre o primeiro lugar!

A liturgia deste domingo exige-nos o amor total, o amor sem limites, mesmo para com os nossos inimigos. Deus é assim. Sejamos como Ele. Para isso fomos criados à sua imagem e semelhança. Deus nos convida a pôr de lado a lógica da violência e substituí-la pela lógica do amor.

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo concreto de um homem de coração magnânimo (David) que, tendo a possibilidade de eliminar o seu inimigo, escolhe o perdão: 1Sm 26, 2.7-9.12-13.22-23.

O Evangelho reforça esta proposta – Lc 6, 27-38. Exige dos seguidores de Jesus um coração sempre disponível para perdoar, para acolher, para dar a mão, independentemente de quem esteja do outro lado. Não se trata de amar apenas os membros do próprio grupo social, da própria raça, do próprio povo, da própria classe, partido, igreja ou clube de futebol; trata-se de um amor sem discriminações, que nos leve a ver em cada homem – mesmo no inimigo – um nosso irmão (Dehon).

Jesus exige aos seus uma transformação dos próprios sentimentos e atitudes, de forma que o amor ocupe sempre o primeiro lugar.

O que Ele nos pede é que sejamos capazes de gestos concretos que invertam a espiral de violência e de ódio: trata-se de não responder ‘na mesma moeda’; trata-se de estar sempre disposto a acolher o outro, mesmo o que nos magoou e ofendeu; trata-se de estar sempre de mão estendida para o irmão, sem nunca cortar as vias do diálogo e da compreensão. O amor é a única forma de desarmar o ódio e a violência… Só assim os crentes imitarão a bondade, o amor e a ternura de Deus.

Só quem faz o bem de forma gratuita, sem cálculos e sem esperar nada em troca, pode ser “filho de Deus”. A nossa força e a nossa coragem manifestam-se, precisamente, na capacidade de inverter a lógica de violência e de orgulho e de estender a mão a quem nos magoou e ofendeu. O cristão não pode recorrer às armas, à violência, à mentira, à vingança para resolver qualquer situação de injustiça que o atingiu. Esta é a lógica dos seguidores de Jesus, desse que morreu pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos.

Que o amor ocupe sempre o primeiro lugar! Isto não é nada fácil. Por isso, é preciso morrer primeiro, como o grão de trigo. ‘Renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e, depois, siga-me’. Cada dia um pouco, mas sem jamais perder aquele que é nosso Caminho.

Abençoado Domingo. Abraço.