Festa da maternidade de Maria e o Dia Mundial da Paz

Em primeiro de janeiro, celebramos a festa da maternidade de Maria e o Dia Mundial da Paz.

Maternidade de Maria. O mais antigo texto do Novo Testamento, que faz referência a Maria, é o capítulo quarto da Carta aos Gálatas. Afirma Paulo que, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho ao mundo, o qual nasceu de uma mulher. Quando chegou a plenitude dos tempos…Para Paulo, o momento da encarnação e do nascimento de Jesus é, para Deus, não um tempo qualquer, não um tempo comum. É o tempo da graça. O tempo por excelência. “…enviou o seu Filho ao mundo, o qual nasceu de uma mulher”. Paulo não diz o nome da mulher. Nem era necessário, pois na comunidade apostólica todos a conheciam. Os evangelhos porém registram o seu nome. Ele se chamava Maria.

No momento da anunciação, ela ouve da boa do mensageiro celeste estas palavras: “Eis que conceberás e darás à luz um filho. Tu lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande. Será chamado Filho do Altíssimo”. Maria gravou profundamente estas palavras em seu coração. Mais tarde, ela as relatará ao evangelista São Lucas, que as registrará em seu evangelho.

Por causa da maternidade divina, Maria era saudada na comunidade primitiva com a “Bendita entre todas as mulheres”.

Jesus porém ampliou a maternidade de Maria. Na cruz, ele fez de sua mãe a mãe da comunidade de seus discípulos, a Mãe da Igreja e de toda a humanidade por ele redimida.

Maria tornou-se Mãe de Deus em nosso favor. Tornou-se mãe para que o Filho de Deus pudesse vir ao mundo. Tornou-se mãe para que a humanidade tivesse um salvador. Tornou-se mãe para mostrar Jesus ao mundo. Tornou-se para dar Jesus ao mundo.

A Mãe de Deus é pois a Mãe da Igreja, a Mãe da humanidade redimida, a nossa Mãe.

A Igreja possui muitos santos. Cada cristão é livre para escolher o santo de sua devoção. A devoção a Nossa Senhora, porém, pertence à identidade do verdadeiro cristão. O verdadeiro cristão deve reservar uma lugar muito especial para Nossa Senhora na casa de seu coração, na sua família, na sua comunidade.

Dia Mundial da Paz!

O Papa Bento XVI, na mensagem que enviou à Igreja e à humanidade, por ocasião da presente celebração, afirmou que a pessoa humana é o coração da paz. Existe de fato, no ser humano, o desejo de uma paz universal e ampla. O Profeta Isaías, não capítulo dois de seu livro, registra este desejo, este sonho. Afirma ele que chegará o dia em que as armas de guerra serão transformadas em instrumentos de trabalho. O lobo e o cordeiro comerão juntos na mesma vasilha. As criancinhas brincarão com as serpentes. E todos serão iluminados por Deus. A paz sonhada é pois uma harmonia dos seres humanos entre si. Harmonia dos seres humanos com a natureza: as coisas e os animais. Harmonia dos seres humanos com Deus.

O que é a paz? O Papa, na mesma mensagem, afirma que a paz é a convivência baseada na justiça e na solidariedade.

A justiça é o primeiro requisito para paz Ela implica respeito ao direito à vida desde que surge no ventre materno até o seu fim Natural. Onde a vida não é respeitada, onde ela é destruída, não existe paz.

A paz implica o direito de ter tudo o que é fundamental para se viver com dignidade. Onde existe pobreza, exclusão social, fome, não existe paz.

A paz implica respeito à dignidade da pessoa. Onde a pessoa é desrespeitada em sua dignidade, ainda que seja por palavras, não existe paz.

Só a justiça não garante a paz. É necessário algo que está para além da justiça: a solidariedade com todos os que sofrem.

A solidariedade consiste em repetir o gesto do Bom Samaritano, registrado no evangelho de Lucas: não virar o rosto àquele que sofre, não ir adiante, mas estender a mão e ajudar.

A construção da paz é uma missão que compete não só aos governantes, mas a cada ser humano. E Jesus reservou a mais bela bem-aventurança aos construtores da paz. “Bem-aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.

Por ocasião do Natal, recebi um cartão do Padre Lages, onde estava escrito: “O maior presente de Natal é um gesto de paz”. Procuremos, pois, dar esse presente aos outros, não só no Natal, mas cada dia, cada hora, do Ana que está para começar. Que Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, nos ajude com seu exemplo e com sua intercessão!