Silenciar armas e ouvir o choro dos indefesos – e nós em nossa paróquia?

Antes de rezar o Angelus de último dia 23, Papa lembrou o sofrimento de tantos inocentes com a situação trágica que ocorre na Síria

O Papa Francisco renovou neste domingo, 23, o seu apelo em prol da paz na Síria. Ao final da Missa presidida em Bari, sul da Itália, no encerramento do encontro “Mediterrâneo, fronteira de paz”, o Papa lembrou a situação de guerra no país que afeta tantas crianças e inocentes.

“No noroeste da Síria uma imensa tragédia está ocorrendo. Nos nossos corações de pastores se eleva um forte apelo às pessoas envolvidas e à comunidade internacional para que silencie o barulho das armas e se ouça o choro dos pequeninos e indefesos, para que se deixem de lado os cálculos e interesses para proteger a vida dos civis e das muitas crianças inocentes que pagam as consequências”, disse o Papa em sua breve reflexão antes da oração mariana do Angelus. 

Francisco rezou para que possa ser superada a lógica do confronto, do ódio e da vingança. Pediu ao Espírito Santo que cada um, a partir de gestos diários de amor, contribua para a construção de novos relacionamentos inspirados na compreensão, acolhimento, paciência, estabelecendo assim as condições para experimentar a alegria do Evangelho e difundi-la em todos os ambientes da vida. “Que Maria nos ajude nesta estrada”.

Antes de rezar o Angelus, o Santo Padre agradeceu aos bispos e a todos os que participaram do encontro e àqueles que trabalharam para seu sucesso. “Vocês contribuíram para o crescimento da cultura do encontro e do diálogo nesta região tão importante para a paz no mundo”.

E o que podemos fazer em nossa paróquia, em reflexão ao apelo do papa Francisco?

Primeiramente podemos ajudar os irmãos que sofrem na Síria por meio de nossas orações. É um gesto fácil de se fazer, simples, porém muito importante. Assim como a comunidade orava pela libertação de Pedro em ato dos Apóstolos, nós também podemos e devemos interceder por nossos irmãos.
A bipolarização política nos últimos anos no Brasil, dividiu até mesmo os católicos. Em nossas paróquias devemos silenciar as armas de nosso falar, que muitas vezes mata a alma. Sermos neutros politicamente é um príncipio bíblico que devemos levar em consideração. Jesus resumiu esse princípio ao dizer: “Paguem a César o que é de César, mas a Deus o que é de Deus.” Uma forma de “pagar a Deus” o que é dele é por ficarmos neutros — ou não nos envolver — em conflitos políticos, ou seja, defender um ou outro, demonizar um ou outro.
Permaneçamos em oração e união, na certeza em que breve se cumprirá o que está escrito em Is 2,4 :

“Ele fará julgamento entre as nações

E resolverá as questões referentes a muitos povos.

Eles transformarão as suas espadas em arados,

E as suas lanças em podadeiras.

Nação não levantará espada contra nação,

Nem aprenderão mais a guerra.