Sagradas Escrituras – Introdução

Mês da biblia

 

Com efeito as palavras de Deus, expressas por línguas humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens[1].

 

 

A citação acima diz de um dos livros mais difundidos mundialmente, a Bíblia, a Sagrada Escritura. A Bíblia é o livro mais conhecido, intrigante e surpreendente que o ser humano poderia se deparar. Até mesmo os que não creem em Deus ao se depararem com seus ensinamentos se espantam com a sabedoria nela presente. Contudo, é também o livro mais incompreendido.

A Sagrada Escritura é considerada um dos alicerces da fé, não somente judaico cristã, mas também de outras denominações religiosas como, por exemplo, do Judaísmo, com a Torá. E como fonte de Revelação é o indicativo do caminho que conduz à Deus e de acordo com a maneira que foi e é abordada e compreendida é elemento norteador do agir de muitos, fundamentando tanto, ações louváveis, quanto condenáveis.

Dela muito se fala e diversas teorias já foram levantadas e, até os dias atuais, é tema de inúmeros estudos. Estudos esses que a definiram ao longo dos anos de diversas maneiras. Para alguns ela é unicamente a Palavra de Deus, já para outros ela é apenas um livro como os demais, ou seja, uma literatura, na qual se encontra um conjunto de memórias e mitos. Enfim, no contexto atual há várias ideias e teorias sobre esse importante livro, e cada pessoa responde de maneira diversa quando são questionadas sobre o que é de fato a Bíblia, sempre com uma tendência para uma das perspectivas acima apresentadas, quando o correto é sem dúvida o equilíbrio, ou seja, a não exclusão de nenhuma das duas dimensões presentes na Escritura Sagrada.

O estudo autêntico e honesto da Bíblia leva em consideração o aspecto Divino (dimensão teológica) e o humano (dimensão antropológica). Por muito tempo uma abordagem das Escrituras unicamente como Palavra Divina, fez com que não se levasse em conta perguntas tais como: quem escreveu a Bíblia? Quem escreveu recebeu alguma influência cultural? Dentre outras. Ou o contrário, uma abordagem da Bíblia como algo meramente humano, como se nada de divino estivesse presente, desencadeando assim, uma busca unicamente histórica para comprovação da veracidade dos escritos. Essas tendências desencadeiam terríveis erros no estudo e geram questionamentos como: Afinal, a bíblia é ou não verdade? Tudo o que ela apresenta deve ser considerado como autêntico? E o que fazer com a falta de comprovação histórica dos fatos narrados? E os inúmeros questionamentos sobre os milagres relatados tanto no antigo testamento quanto no novo? Então a Bíblia é uma mentira? Esses e outros questionamentos são consequências de abordagens reducionistas que visam o estudo fundado em apenas uma das dimensões.

 

Estudar as Sagradas Escrituras deve ser uma prática de todo o cristão, para auxiliar o aprofundamento desse importante sustentáculo de nossa fé, iniciamos hoje o presente estudo, que irá oferecer elementos das duas dimensões, mesmo que básicos, para uma melhor compreensão do que de fato são as Escrituras Sagradas e seu processo de gestação, para que, assim, se compreenda um pouco mais desse pilar da fé professada por milhares de pessoas.

Esse estudo é fundamentado no livro “A Biblia sem mitos” de Eduardo Arens, na verdade quase uma síntese do mesmo. As postagens acontecerão semanalmente aos sábados. Acompanhem!

 

 

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[1] Verbum Domini, §18

 

Texto base:

biblia sem mitos

ARENS, Eduardo. A Biblia sem mitos: uma introdução critica.

3ª ed.; Paulus. São Paulo – SP, 2007.

Por Diego Novaes