Pastoral Familiar

O que é a Pastoral Familiar?

“É a ação que se realiza na Igreja e com a Igreja, de forma organizada e planejada, através de agentes específicos, com metodologia própria, tendo como objetivo a evangelização da família, capaz de oferecer instrumentos necessários para a formação da família, fornecer orientações para a vivência familiar, levar a todos a Boa Nova do Sacramento do matrimônio e transformar a sociedade pela obra de evangelização humana e cristã” (Estudos da CNBB 65 n° 16).

Pastoral Familiar atua na formação da pessoa humana e da instituição familiar.

A Pastoral Familiar se destina a toda pessoa, independente de sua situação familiar. Tem o propósito de promover a inclusão e resgatar os valores e dignidade de cada pessoa. Todos estão incluídos.

“A Pastoral Familiar abraça a família em todos os seus aspectos. Pretende atingir todos os seus integrantes, nas diferentes idades e diversas situações. Dirige- se a todos os tipos de família: bem constituídas, irregulares e também os casos especiais e difíceis. A todas, quaisquer que sejam a realidade e as circunstâncias, a Igreja, através da Pastoral Familiar, deseja levar palavra de apoio, orientação, conversão, sempre animada e impulsionada pelo espírito do Bom Pastor.” (Estudos da CNBB 65 n° 7).

Como começou?

No Concílio Vaticano II começou-se a delinear na Igreja uma proposta inspiradora para os esforços da evangelização da família. Desde o início de seu pontificado, o Papa João Paulo II tem dedicado atenção especial à Família. Em 1981, no 4°. Sínodo dos Bispos, o Sínodo da”s Famílias, foi promulgada a exortação apostólica “Familiaris Consortio” – A Missão da Família no Mundo de Hoje. Nesses anos foram realizadas muitas ações pela Igreja da América Latina. Mas, percebe-se, que a missão da Pastoral Familiar é muito maior, urgente e indispensável.

Missão:

A Pastoral Familiar tem como missão ser misericordiosa, acolhedora, integrada, defensora da vida e dos valores cristãos, valorizadora do sacramento do matrimônio e formadora de Igrejas domésticas e comunidades de amor.

Nossa missão é a evangelização e promoção humana e social da pessoa e da família. É imprescindível realizar articulação, dinamização e orientação de ações em favor da família e da vida humana em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural, e promover seu acolhimento, promoção e defesa contra qualquer forma de violência.

A Pastoral familiar destina-se a todos os tipos de pessoas e famílias para ajudá-las e servi-las – famílias bem constituídas, desestruturadas, futuras famílias, famílias em situação de miséria, distanciadas da vida da igreja, discriminadas, de migrantes, mães e pais solteiros, pessoas sem família, divorciadas, viúvos e em toda situação familiar que necessite de ajuda e acolhimento.

A Pastoral Familiar possui quatro metas principais:

  • Fazer da família uma comunidade cristã;
  • Fazer com que a família seja santuário da vida;
  • Resgatar para a família seu justo valor de célula primeira e vital da sociedade;
  • Tornar a família missionária e Igreja doméstica.

Objetivo:

A Pastoral Familiar tem como objetivo uma adequada e exaustiva evangelização da família para que, educada no amor, ela possa ser transmissora da fé, formadora da personalidade, promotora do desenvolvimento e do senso comunitário. A Pastoral Familiar atua de maneira orgânica, trabalha em sintonia com outras pastorais, movimentos e serviços familiares, presta ajuda a todos e sabe se aproveitar das oportunidades oferecidas ao seu campo específico de ação pastoral.

  • Formar agentes qualificados;
  • Acolher toda família a partir da realidade em que se encontra;
  • Santificar os laços familiares;
  • Apoiar a família no seu papel educador;
  • Promover a missão em família;
  • Valorizar os tempos litúrgicos e datas civis;
  • Articular o trabalho em conjunto com as outras pastorais e movimentos eclesiais;
  • Estabelecer articulações também com forças externas à Igreja.
  • Unir esforços para que a família seja, de fato, Santuário da Vida, valorizando o ser humano da concepção até a morte e ajudando a compreender e praticar os métodos naturais.
  • Promover o fortalecimento dos laços familiares nos ensinamentos evangélicos e apontar caminhos para a solução das crises familiares.
  • Incentivar o crescimento da espiritualidade familiar de diferentes maneiras.
  • Despertar a família para seu papel educador.
  • Despertar o sentido missionário da família.
  • Oferecer apoio aos casais e famílias das comunidades e paróquias, e reaproximar as famílias afastadas da igreja.
  • Promover a participação das famílias nos tempos litúrgicos mais importantes.
  • Prosseguir na articulação e na busca de apoio dos integrantes dos Movimentos, Serviços e Institutos Familiares e de promoção e defesa da vida (Diretório da Pastoral Familiar, n° 461).
  • Incentivar as famílias a apoiar seus membros que se despertam para um serviço integral do Reino de Deus, na vida sacerdotal, religiosa e missionária.
Como está organizada
 

Para alcançar os objetivos propostos, foi instituída a Comissão Nacional da Pastoral Familiar – CNPF composta pelo bispo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família, pelos bispos conselheiros, pelo assessor nacional, pelo casal coordenador nacional e pelos bispos, assessores e casais representantes da Pastoral Familiar nos 17 Regionais da CNBB e pelos representantes nacionais dos movimentos eclesiais, institutos e serviços familiares.

Considerando a realidade brasileira e a experiência eclesial, a Comissão episcopal Pastoral para a vida e a Família, propõe a seguinte organização em nível diocesano e paroquial:

A) Setor Pré-Matrimonial

  • Preparação Remota. Articular com: Crisma, jovens, catequese e escola.
  • Preparação Próxima: Evangelizar namorados e noivos.
  • Preparação Imediata: Diálogo com o Padre, Retiro Espiritual, Rito Sacramental e Celebração.
  • Atuar nas escolas para que sejam espaços de educação e formação da consciência crítica.
  • Realizar a preparação de noivos com permanente avaliação e replanejamento, revendo o acompanhamento, conteúdos trabalhados, enfim, todo o processo.
  • Preparar equipes responsáveis pela celebração do sacramento do Matrimônio, visando resgatar o mistério e a grandeza deste sacramento.
  • Tomar por base o “Guia de Preparação para a Vida Matrimonial” do setor Família e Vida da CNBB.
  • Adotar em todas as Paróquias a metodologia “Noivos por acolhida” na preparação ao matrimônio.

B) Setor Pós-Matrimonial

  • Oferecer ajuda e formação para recém-casados e grupos familiares.
  • Formação contínua para a vida conjugal, familiar e comunitária e Celebrações Especiais.
  • Criar, fortalecer e alimentar os grupos de casais e famílias, estimulando-os a participarem na comunidade tendo atuação ativa.
  • Organizar encontros para recém-casados, fortalecendo a vivência do sacramento e a construção da vida familiar.
  • Desenvolver esforços na realização e dinamização da Semana Nacional da Família e da Semana Nacional da Vida.
  • Desenvolver ações para formar senso crítico em relação aos meios de comunicação social.

C) Setor Casos Especiais

  • Os casais em segunda união e seus filhos sejam acolhidos, acompanhados e incentivados, conforme sua situação, a participarem da vida da Igreja, segundo as orientações do Magistério (cf. Diretrizes…, n. 133).
  • Acompanhar as diferentes realidades das famílias de migrantes, mães e pais solteiros, famílias com filhos deficientes ou drogados, famílias distanciadas da igreja, matrimônios mistos, atenção especial aos idosos, viúvos, casais em segunda união, alcoolismo etc.
  • Católicos unidos apenas no civil.
  • Crianças, adolescentes e famílias em situação de risco pessoal e social.
  • Atenção aos Idosos.
  • Famílias de migrantes.
  • Esposas cujos maridos exercem a profissão fora da cidade onde moram.

Responsáveis pela Pastoral Familiar

  • Bispos, sacerdotes e diáconos;
  • Religiosos e religiosas;
  • Agentes leigos devidamente formados;
  • Famílias;
  • Movimentos;
  • Serviços e institutos familiares;
  • Leigos especializados;
  • Outros Agentes: casos especiais.

Implantação:

“Em cada Diocese, vasta ou pequena, rica ou pobre, dotada ou não de clero, o Bispo estará agindo com sabedoria pastoral, estará fazendo “investimento” altamente compensador, estará construindo, a médio prazo, a sua Igreja particular, à medida que der o máximo apoio a uma Pastoral Familiar efetiva” (João Paulo II, junho de 1990 aos Bispos Brasileiros em Roma). “A família deve ser a vossa grande prioridade pastoral”. Sem uma família respeitada e estável, não pode haver organismo social sadio, sem ele não pode haver uma verdadeira comunidade eclesial” (João Paulo II, outubro de 1991 aos Bispos Brasileiros em Campo Grande, MT).

a) Formar grupos de famílias, nas suas mais diversas composições, ou seja, qualquer pessoa pode participar. Ninguém deverá ser excluído. Objetivando o resgate da identidade, a vocação, a missão da Família católica e a sua pertença à comunidade eclesial. Utilizar a metodologia do subsídio diocesano com reflexão a partir da Palavra de Deus/Leitura Orante.

b) Reavivar os grupos já existentes.

c) preparar agentes qualificados para desenvolver a missão da Pastoral Familiar nos setores.

“Em toda Diocese se requer uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa para proclamar o Evangelho de Família, promover a cultura da vida e trabalhar para que os direitos das familias sejam reconhecidos” (Papa Bento XVI, V Conferência de Aparecida, 1997). Comissão Nacional da Pastoral Familiar – CNPA.

“A família é uma comunidade íntima de vida e de amor, querida pelo próprio Deus (Familiaris Consortio, II),

“A família é o fundamento da própria sociedade, é a primeira escola das virtudes sociais. ( Doc. 65, Coleção de Estudos da CNBB, pág. 11 )

“ A família cristã é a célula primeira e vital da sociedade; é o santuário da vida, é Igreja Doméstica; é o primeiro espaço de evangelização e engajamento social.” Doc. Santo Domingo nº 214

“ A família deve ser a vossa grande prioridade pastoral! Sem uma família respeitável e estável não pode haver organismo social sadio, sem ela não pode haver uma verdadeira comunidade eclesial” João Paulo II

Importância da Pastoral Familiar

A Pastoral Familiar – a nível paróquial, diocesano e nacional – deve considerar-se, não apenas uma opção entre outras, mas uma premente necessidade que virá a ser como foco irradiador dos valores cristãos da nova evangelização, no próprio âmago da sociedade onde a família está radicada; é ela que dará estabilidade ao longo do tempo do esforço evangelizador.
É preciso empregar todas as forças para que a Pastoral Familiar se afirme e se desenvolva, dedicando-se a um setor verdadeiramente prioritário, com a certeza de que a evangelização, no futuro, depende, em grande parte, da Igreja doméstica (FC, n. 76)

Papa João Paulo II

De uma maneira clarividente disse o Papa João Paulo II, aos Bispos do Brasil, em 1980: “Em cada Diocese, vasta ou pequena, rica ou pobre, dotada ou não do clero, o bispo estará agindo com sabedoria pastoral, estará fazendo investimento altamente compensador, estará construindo, à médio prazo, a sua Igreja particular, à medida que der o máximo de apoio a uma Pastoral Familiar efetiva”.

Papa Bento XVI

O papa Bento XVI, na V Conferência de Aparecida, 1997, assim se expressou: “Em cada Diocese se requer uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa para proclamar o Evangelho, promover a cultura da vida e trabalhar para que os direitos das famílias seja reconhecidos e respeitados”.

Conferências Gerais do Episcopado latino-americano e caribenho

Puebla, 1979 – Santo Domingo, 1992 e Aparecida 2007, dão especial destaque à Pastoral Familiar: “A Pastoral Familiar, longe de ter perdido o seu caráter prioritário, revela-se hoje ainda mais urgente, como elemento sobremaneira importante da Evangelização”. (DP n. 570)

Documento de Santo Domingo insiste: “É necessário fazer da Pastoral Familiar uma prioridade básica, sentida, real e atuante.
Básica, como fronteira da Nova Evangelização.Sentida, isto é, acolhida e assumida por toda a comunidade diocesana.Real, porque será respaldada, concreta e decididamente no acompanhamento do bispo e seus párocos. Atuante significa que deve estar inserida numa pastoral orgânica. A Pastoral Familiar deve estar em sincronia com instrumentos pastorais e científicos. Necessita ser acolhida a partir de seus próprios carismas pelas comunidades religiosas e os movimentos em geral. (SD, n 64).

Diz o Documento de Aparecida nº 535, pág. 194, sobre a Pastoral Familiar: “Em toda a Diocese se requer uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa para proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida e trabalhar para que os direitos das famílias sejam reconhecidos e respeitados”.
Nº 437 – Para tutelar o apoio à família, a Pastoral Familiar pode estimular, entre outras, as seguintes ações:
a) comprometer de maneira integral e orgânica as outras pastorais, os movimentos e associações matrimoniais e familiares;
b) estimular projetos que promovam famílias evangelizadas e evangelizadoras;
c) renovar a preparação remota e próxima para o sacramento do matrimônio e da vida familiar;
d) promover o diálogo com os governos e a sociedade, políticas e leis a favor da vida, do matrimônio e da família;
e) Acompanhar com cuidado, prudência e amor compassivo, seguindo as orientações do magistério, os casais que vivem em situação irregular (segunda união);