Cidade do Vaticano (RV) – Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer e nesta quarta-feira (21) se celebra o dia do paciente acometido pela doença, data lembrada pelo Papa Francisco durante a audiência geral. O Santo Padre pediu à multidão presente na Praça São Pedro que siga o exemplo de Jesus e Maria, lembrando-se de quem sofre de Alzheimer e também dos familiares que cuidam com amor dos doentes – como bem sugere o tema da jornada deste ano que diz “Lembre-se de mim”.
Essa forma de demência degenerativa atinge 5% das pessoas com mais de 60 anos. Após os 65, o risco de desenvolvê-la dobra a cada cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Existem fatores importantes e que também são considerados de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Alguns estudos apontam que, se esses fatores forem controlados, podem retardar o aparecimento da doença.
Os casos da doença no Brasil
No mundo, estima-se que mais de 35 milhões de pessoas sofram com a doença. Só no Brasil há mais de um milhão de casos – a maior parte deles ainda sem diagnóstico. O decurso da doença é lenta e, em média, os pacientes vivem de 8 a 10 anos depois de terem diagnosticado o Alzheimer.
Em entrevista à Rádio Vaticano, a presidente da Federação Italiana de Alzheimer, Gabriella Salvini Porro, abordou a importância dos cuidadores para os doentes.
Porro – “O papel dos familiares é essencial. Os familiares das pessoas com demência já eram raramente considerados, agora é ainda mais difícil. O familiar, além dessas coisas, é importante porque é a pessoa que conhece melhor o doente, e a pessoa com demência precisa de um ambiente sereno e uniforme, o mesmo em que sempre viveu. Mas isso não significa que outras pessoas não possam assistir esses doentes: os cuidadores, as pessoas que podem ajudar a família ou, ainda, quando a família realmente não consegue mais, a casa de repouso, a estrutura protetiva.”
Os familiares dos doentes também precisam de apoio
A presidente da entidade italiana comentou também sobre a qualidade de vida possível para um paciente tratado adequadamente já que, até o momento, não existe cura para a doença. Mas os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave do Alzheimer.
Porro – “’Tratado adequadamente’ significa que ao seu redor seja criado um ambiente amigável. E devem ser oferecidos ainda ajuda e apoio a todos os cuidadores porque a assistência a um doente de Alzheimer é estressante. Como a doença é devastadora para um doente, também acaba sendo para quem cuida. Na verdade, existem pesquisas bem nesse sentido: os familiares dos pacientes de Alzheimer ficam doentes mais frequentemente e têm também doenças importantes. Então é muito importante que eles sejam seguidos e ajudados.”
I Caminhada da Memória e Conscientização do Alzheimer
No Brasil, a Abraz está convocando familiares, cuidadores e profissionais engajados na causa para a I Caminhada da Memória e Conscientização do Alzheimer, marcada para o próximo sábado (24), no Parque Villa Lobos, em São Paulo. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no sitewww.memorywalkbrasil.com.br. (AC)
FONTE: Rádio Vaticano