Domingo, 12 de junho, Jubileu dos Doentes e Pessoas Portadoras de Deficiência – na Missa na Praça de S. Pedro o Papa afirmou o valor de “amar apesar de tudo”. O Santo Padre sublinhou o facto de tantas pessoas com deficiência e enfermas se reabrirem à vida, logo que descobrem que são amadas.
Na sua homilia, Francisco começou por recordar as palavras de S. Paulo aos Gálatas na liturgia deste XI Domingo do Tempo Comum: “Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 19). Segundo o Santo Padre são “palavras muito fortes para expressar o mistério da vida cristã: tudo se resume ao dinamismo pascal de morte e ressurreição recebido no Batismo.”
No Batismo a imersão na água é como morrer para manifestar “a vida nova no Espírito Santo”- disse o Papa salientando que a condição de renascidos envolve todos os aspetos da vida, também a doença e o sofrimento.
“Na realidade todos nós, mais cedo ou mais tarde, somos chamados a encarar e, às vezes, a lutar contra as fragilidades e as doenças, nossas e alheias” – assinalou Francisco – “e como são diferentes os rostos com que se apresentam estas experiências, tão típica e dramaticamente humanas! Mas sempre nos colocam, de forma mais aguda e premente, a questão do sentido da vida.”
Segundo o Santo Padre, muitas vezes, a atitude humana é a de confiar apenas nas descobertas da ciência, considerando que “é impossível ser feliz uma pessoa enferma ou deficiente, porque incapaz de realizar o estilo de vida imposto pela cultura do prazer e da diversão”.
No entanto – realçou o Papa – “é grande a ilusão em que vive o homem de hoje, quando fecha os olhos à enfermidade e à deficiência! Não compreende o verdadeiro sentido da vida, que inclui também a aceitação do sofrimento e da limitação” – disse o Papa salientando que “o mundo não se torna melhor quando se compõe apenas de pessoas aparentemente «perfeitas», mas quando crescem a solidariedade, a mútua aceitação e o respeito entre os seres humanos.”
O Papa Francisco referiu ainda na sua homilia a leitura do Evangelho que nos fala da mulher pecadora e marginalizada que Jesus acolhe e defende “porque muito amou”. Jesus está atento às lágrimas e ao sofrimento daquela mulher: “a sua ternura é sinal do amor que Deus reserva àqueles que sofrem e são excluídos”. “Amar apesar de tudo” – sublinhou o Papa.
“Quantas pessoas com deficiência e enfermas se reabrem à vida, logo que descobrem que são amadas” mesmo que seja só através de um sorriso – recordou o Santo Padre salientando que “Jesus, na sua paixão, amou-nos até ao fim”, pois na “cruz, revelou o Amor que se dá sem limites”.
Ao seu sofrimento físico Jesus respondeu com “a misericórdia que a todos acolhe e perdoa” – disse o Papa que no final da sua homilia afirmou que “Deus pode compreender as nossas enfermidades, porque Ele mesmo foi pessoalmente provado por elas (cf. Heb 4, 15).