Há experiências tão boas em nossas vidas que temos o desejo de que se prolonguem para além daquele momento em que ocorrem. Na Solenidade do Natal, que celebramos anualmente no dia 25 de dezembro, temos esta doce experiência de celebrarmos a presença do Deus Menino que veio habitar entre nós (cf. Jo 1,14). Nesta ocasião, queremos contemplar a ternura do nosso Salvador que se encarnou por amor, e ainda, neste tempo propício deixamo-nos tocar pelo Amor! Tal experiência santificante é também transbordante, isto é, não nos cabe tanto amor em apenas um único dia, sentimo-nos impulsionados a amar e deixar-se intensamente ser amado.
Assim, a Igreja propõe um ciclo natalino em que a experiência do amor humano fique repleta de sentido por meio do mistério da encarnação, da família de Nazaré, e a certeza da ação divina contemplada no ‘sim’ de Maria – Mãe de Deus. Portanto, celebramos durante esta oitava do Natal (oito dias seguidos: 25 de dezembro a 01 de janeiro) primeiramente o Nascimento de nosso Senhor e Salvador; no domingo seguinte (neste ano dia 28) a Sagrada Família; e a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus no dia primeiro de janeiro, quando glorificamos o nome de Jesus – “O Senhor Salva” – que verdadeiramente se encarnou no seio de Maria pela ação do Espírito (cf. Mt 1,18).
Entretanto, o amor de Deus não esgotou-se no nascimento de Jesus, a fidelidade da família de Nazaré não foi somente na noite feliz em que contemplaram pela primeira vez a amável face do Menino Jesus, e o “sim” de Maria não estagnou-se na anunciação do anjo. Como já mencionado, o amor de Deus é transbordante, portanto, cada cristão deve renovar diariamente a experiência deste amor de Deus! Devemos sempre festejar e testemunhar a presença de Jesus Cristo por meio do amor, não apenas neste tempo natalino, afinal, amar é a marca do verdadeiro discípulo (Cf. Jo 13,34-35).