Os cristãos da época do novo Testamento foram judeus. Devido este fato observa-se que temos como matriz a liturgia judaica. At 2,46 diz: “Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração”. Continuaram a participar do culto no templo de Jerusalém, acrescentando uma refeição cristã especial.
Aos pouco os cristãos entenderam que os sacrifícios do templo não eram mais necessários, pois a morte de Jesus fora o sacrifício definitivo, oferecido pelos pecados uma vez por todas. Então se conclui que a história da salvação tende para Cristo.
A refeição, ou seja, as celebrações dos primeiros cristãos se davam nas casas onde a comunidade partia o pão com alegria e simplicidade (cf At 2,46). Durante todo o primeiro século a celebração da eucaristia era celebrada junto com uma refeição principalmente nas comunidades de origem judaica. Como podemos observar em diversas passagens em Atos dos apóstolos estas refeições eram acompanhadas pelo ensinamento dos apóstolos.
Nesta época era muito presente o ensinamento dos apóstolos por meio de seus testemunhos, pois eles conviveram com o Senhor. Com a morte e ressurreição de Jesus, os Apóstolos começam a pregar a boa nova da ressurreição. Também observa-se a ação do Espírito Santo. Os fiéis como pessoas e como comunidade, unidos na celebração eucarística com Cristo no Espírito onde a assembleia forma um só corpo com ele, para a glória do pai.
Conclui-se que o culto cristão é memória do acontecimento Cristo, memória do acontecimento definitivo que Deus realizou em Cristo e por Cristo em favor do homem. Onde Cristo se oferece como sacrifício definitivo.
Segundo Borobio, o culto cristão tem três características: 1º escatológico, pois sempre remete à vida eterna, junto de Deus; 2º pneumatológico, porque é o Espírito Santo que reúne a assembleia e a torna, de fato, uma assembleia de culto; e 3º cristológico, já que o centro do culto é a confissão do querigma da fé cristã.
Além dessas características, Borobio apresenta-nos quatro elementos fundamentais, a partir da análise de At 2,42: o ensinamento dos Apóstolos (didaché), a comunhão fraterna (koinonia, incluindo a coleta de donativos para os mais necessitados), a fração do pão (ponto culminante da liturgia) e as orações, pois a finalidade é sempre a edificação da comunidade cristã.
O rito litúrgico, na sua materialidade, é portador do poder restaurador do Verbo de Deus. O rito litúrgico, seja qual for ele (Batismo,Crisma,Eucaristia,etc…) é como que a mão prolongada de Cristo, que nos transmite a vida do próprio Pai. O cristianismo baseia-se sobre a revelação que Deus faz de si e do seu plano de salvação aos homens.
Referencia: BOROBIO, Dionisio. ACelebração na Igreja. v1. Loyola, Saão Paulo, 1990