Paz e bênção. Festa do perdão de Assis.
Maria é figura de todo crente e da Igreja inteira. Aquele que veio para ela quer vir a cada um e a todos. É o encontro que o Senhor procurou desde toda a eternidade. Finalmente, da profundidade da sua criação, que se distanciou dele, ergue-se um “sim” capaz de atraí-lo. E ele vem e se compromete para sempre.
Qual foi a glória de Deus em poder dizer a Maria: “Alegra-te”? O esposo finalmente, depois de tantos dramas, encontra a esposa de seu coração. Finalmente termina o seu sofrimento: é abraçado por quem o ama. A sua oferta encontra mãos que o acolhem. O Amor é amado: encontrou casa onde morar e a casa do homem não está mais deserta. A encarnação é o início das núpcias entre Deus e a humanidade, o início de um amor que será mais forte do que a morte (Ct 8,6): é o nascimento de Deus na terra e do homem no céu. A Palavra se faz carne em nós, e nunca mais nos deixará. A vocação salvadora de cada pessoa se torna, como em Maria, dizer Sim à proposta do amor de Deus, dar visibilidade, com sua vida, do Verbo eterno. A cada um compete gerar no mundo o Filho do Altíssimo. A cada um de nós é dito: alegra-te! E nos é oferecido o Verbo, que espera o Sim, para se fazer carne, na força do Espírito.
O Anjo Gabriel foi enviado – A força da palavra de Deus alcança um país insignificante, chega a Nazaré. ‘De Nazaré pode por acaso vir algo de bom?’ Deus privilegia aquilo que está religiosamente desqualificado e humanamente irrelevante. O que está longe e na periferia. O privilégio dos afastados e dos pequenos faz parte da essência misteriosa de Deus, que é misericórdia. Esta se volta a todo homem afastado Dele, e pequeno diante Dele. Sabemos, somente visitando o filho afastado, o pai abraça todos os seus filhos! Antes o seu amor permanece insatisfeito.
Assim, Deus se doa, nasce criança. É iniciativa Dele. Deus quer chegar a nós em cada criança concebida. Ali Ele cintila. O que nasce de Maria é puro dom, dom para as pessoas, para o mundo. Assim, em cada embrião, desde o início da concepção, está um dom de Deus para nós. Nenhum dom de Deus pode ser perdido ou aprovado para morrer por instituição humana. Cada morte deve ser lamentada com lágrimas.
O Senhor está contigo. A pessoa sempre desejou estar com Deus. Ele é a outra minha parte, que sempre quer estar-comigo, até quando eu estarei com ele. O infinitamente distante se fez próximo, o eterno entra no tempo, o Altíssimo se curvou, o imenso se concentrou, o grande se fez pequeno para ser abraçado e concebido. Assim como o homem não pode estar com Deus, Deus decidiu estar com o homem. Porque a alegria de Deus que é amor, é estar com o seu amado.
Hoje, 2 de agosto, celebra-se o “Perdão de Assis”, na Festa de Nossa Senhora dos Anjos, também conhecida como “Porciúncula”. Essa é uma das datas mais importantes para a Família Franciscana e todos os fiéis que têm especial afeição por São Francisco de Assis.
A igrejinha, “Porciúncula”, é dedicada à Virgem Santíssima. Chamada “Santa Maria dos Anjos”, por causa das frequentes aparições dos Anjos.
Certa noite de inverno, no ano 1216, enquanto o Pobrezinho de Assis, tomado pelo zelo ardente de levar os pecadores à conversão e à salvação, foi circundado por uma luz suave: um Anjo o convidou a ir à Capelinha, onde era aguardado por Jesus, sua Mãe Santíssima e muitos Anjos.
Ao chegar à Capelinha, Francisco se prostrou e adorou a Jesus e venerou a Virgem e os Anjos. Vendo a sua humildade e desprendimento, Jesus lhe deu a possibilidade de pedir uma graça, a que mais o agradasse. Então, Francisco não pensou em si, mas em todas as pessoas e respondeu: “Senhor, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas”. E Jesus lhe disse: “Grande é a graça que me pedes, Francisco; no entanto, eu lha concedo, por intermédio da minha Mãe”. Assim, ele invocou a mediação de Nossa Senhora, que a suplicou de seu Filho Divino. Porém, o Senhor pediu-lhe para se apresentar ao seu Vigário na terra, o Sumo Pontífice, para obter a confirmação da graça.
Francisco, imediatamente, foi até ao Papa Honório III, que, depois de várias dificuldades, lhe confirmou a graça, fixando a sua data para o dia 2 de agosto. Assim, em 2 de agosto de 1216, na presença dos Bispos de Assis e das regiões vizinhas, convidados para a consagração da igrejinha da “Porciúncula” e diante de uma multidão extraordinária de fiéis, São Francisco promulgou a “grande indulgência”, que concede o incomparável tesouro do “Perdão de Assis” a todas as pessoas de boa vontade.
Caros irmãos e irmãs, Maria acreditou e disse Sim, concebeu e cuidou de seu filho; Jesus veio ‘para que todos tenham vida e a tenha em abundância’; São Francisco suplicou de Jesus o perdão de Assis, a Indulgência, querendo a todos levar para o Céu. Lembro e exorto: não matemos as centelhas de Deus! Não devemos criar leis de morte. Não devemos descriminalizar o aborto. Ajudemos as senhoras grávidas em suas dificuldades. Não temos o direito de matar. Nunca. Cuidemos da vida!
Bom dia. Abraço.