O Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, 14, no Vaticano, os habitantes e participantes da “Aldeia de Francisco”. Inicialmente, o Pontífice recordou: “Quando Étienne Villemain, fundador deste projeto com muitas outras pessoas, me falou desta sua obra, pela primeira vez, não lhe pude esconder a minha difidência sobre o que o Espírito Santo poderia inspirar nele. Agora, porém, estou feliz por ver o progresso deste projeto”!
A “Aldeia de Francisco”, explicou o Santo Padre, é um lugar eclesial, que se diferencia de outros habituais, mas que oferece algo a mais: trata-se de uma Igreja como “hospital de campo”, que se preocupa mais com os que sofrem do que com os que defendem seus próprios interesses, assumindo o risco da novidade de ser fiel ao Evangelho. Neste sentido, Francisco esclareceu a definição de “aldeia”, que se torna, cada vez mais, um lugar-comum:
“O desenvolvimento acelerado dos meios de transporte, da comunicação e das redes sociais nos levam a pensar que todos ficam mais próximos uns dos outros. No entanto, muitas pessoas são deixadas à margem desta chamada ‘aldeia’, reservada a uma elite privilegiada. Por isso, espero que a ‘Aldeia de Francisco’ possa contribuir para a descoberta de uma verdadeira aldeia: um tecido de relações humanas concretas, que se sustenta mutuamente, para dar maior atenção aos mais necessitados, na convivência das gerações e na preocupação de respeitar a Criação que nos circunda.”
Tudo está interligado
A “Aldeia de Francisco”, acrescentou o Papa, parte da convicção de que “tudo está interligado”. Desta forma, seus membros fazem uma experiência concreta, associando o meio ambiente e o respeito pela vida humana, desde a sua concepção até à morte natural, a oração e a fraternidade, e também unindo as várias gerações.
Por fim, o Santo Padre expressou sua esperança de poder contar com o testemunho dos membros da “Aldeia de Francisco”, demonstrando que a vida, segundo o Evangelho, consiste na ponderação equilibrada de todos esses aspectos. Uma experiência concreta deste tipo, indicou, demonstra que a pessoa humana, como um todo, deve ser amada, acompanhada e inserida em uma rede de relações enriquecedoras e construtivas. Tais relações têm um modelo absoluto, uma fonte da qual podem se desenvolver.
De fato, concluiu o Pontífice, seus membros vivem em uma antiga abadia trapista. Trata-se de uma forma de convite para colocar no centro da sua experiência, além de uma vida simples e laboriosa, o cuidado e o desenvolvimento da vida interior e a relação com Jesus, que podem saciar nossos corações sedentos.
Fonte: Canção Nova
Foto: Daniel Ibanez – CNA