Paz e bênção. Cristo, minha vida e a maneira de viver.
Jesus falava com as pessoas usando parábolas e perguntas. Essas duas formas de comunicação são envolventes e geradoras, não deixando os interlocutores passivos. Ele era mestre da existência e queria discípulos pensadores, críticos, espertos: poetas da vida. As respostas nos apagam e nos fazem estar firmes, seguros, mas parados. As perguntas, ao contrário, obrigam-nos a olhar para o além e nos fazem caminhar, buscar. ‘Quem dizem as pessoas que eu seja?’ Olha, dizem que és uma criatura de fogo e de luz, como Elias; és boca de Deus e dos pobres. Mas Jesus não é homem do passado. Por isso, continua perguntando:
“E vós, quem dizeis que eu seja?” Nesta pergunta, creio, Jesus lhes faz entender que não se crê por escutar conversa de rua. ‘Vós, que abandonastes as barcas, vós que estais comigo há dois anos, vós amigos que eu escolhi um por um, quem sou eu para vós?’ Mt 13, 13-20.
Nesta pergunta está o coração pulsante de fé: quem sou eu para você? Jesus não busca fórmulas, mas relações – eu para você. Não quer definições, mas envolvimentos: o que aconteceu a você quando me encontrou? A sua pergunta é similar à pergunta dos enamorados: o que significo para você? Quanto valho para você? Que importância tenho na sua vida?
Jesus não tem necessidade de confirmações ou informações, para saber quem é, ou se é mestre melhor do que os outros. Jesus pergunta para saber se Pedro está enamorado, se Ele lhe abriu o coração. Cristo é vivo, somente se é vivo dentro de nós. O nosso coração pode ser o presépio de Deus; pode também ser a tumba de Deus. Cristo não é ‘minhas palavras’, mas o que Dele arde em mim e o que Dele coloco em prática. O meu viver diz quem Cristo é para mim.
A resposta de Pedro tem dois níveis: Tu és o Messias, Deus que age na história; ainda, e isto é belo: Tu és o filho do Deus vivente – Aquele que faz o que o Pai faz, Aquele Lhe assemelha em tudo, que prolonga a Sua vida. Tu és o Filho do Deus vivente: Tu és o Vivente. És seio grávido de vida, fonte donde a vida brota potente, inexaurível e ilimitada, nascedouro da vida. Auscultando, sintonizamos com a declaração de amor de Pedro: “Tu és a minha vida! Ao Te encontrar, encontrei a vida e a maneira de viver”! (E. Ronchi).
Neste Domingo, no Santuário Pai das Misericórdias, ordenarei três Diáconos: Joaquim José do Carmo Silva, Gilmar Soares de Abreu e Uélisson Pereira dos Santos. Rezemos pela fidelidade e perseverança destes jovens.
Bom Domingo. Abraço.
Dom João Inácio Müller, ofm
Bispo diocesano de Lorena