Paz e bênção. Assunção de Maria.
A festa da Assunção é dia de alegria. Deus venceu. O amor venceu. Venceu a vida. Mostrou-se que o amor é mais forte do que a morte. Que Deus tem a verdadeira força, e a sua força é bondade e amor. Alegremo-nos todos no Senhor, contemplando as maravilhas que Ele realizou em Maria e continua realizando em favor de todo o povo. Assunta ao céu, ela vive a plenitude da salvação e aguarda nossa companhia.
Maria foi elevada ao céu em corpo e alma: também para o corpo existe lugar em Deus. Bento XVI ensina: Para nós o céu já não é uma esfera muito distante e desconhecida. No céu temos uma mãe. E a Mãe de Deus, a Mãe do Filho de Deus, é a nossa Mãe. Ele constituiu-a nossa Mãe, quando disse ao discípulo amado e a todos nós: “Eis a tua Mãe!”
A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora nos lembra que há um lugar em Deus para nós; e em nós deve, portanto, haver um lugar para Deus. Deus nos fez para Ele e Ele nos quer vivendo sempre com Ele, agora e na eternidade. E, por isso, São Paulo exorta: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra” (Cl 3,1-2). A Assunção da Virgem Maria é participação especial na Ressurreição de Jesus e antecipação de nossa ressurreição. É isto que rezamos, há pouco: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes à glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.
A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que vivemos neste mundo, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os discípulos do Senhor, dos que fazem o agrado do Senhor. A estes o Senhor dirá: ‘Vinde, abençoados de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo’. É por isto que, no Prefácio da Oração Eucarística, rezaremos: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”.
A Assunção de Nossa Mãe ao céu é sinal da nossa ressurreição. É mensagem e convite a cada um de nós, para, num Sim perseverante, segui-la até o Céu, vivendo, hoje, ‘aqui na terra como no Céu’. E este modo de viver ‘aqui na terra como no Céu’ o seu Filho bendito veio nos revelar. Fomos feitos para viver o ‘Céu’ na terra. Mas estejamos vigilantes: a Assunção de Nossa Mãe é testemunho certo para manter ‘olhos fixos em Jesus’, em Seu projeto de vida digna e abundante para todos, e ouvidos atentos às Suas palavras, em Caná: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’.
Proclamamos que Maria foi coroada, plena e definitivamente, com a glória que Deus preparou para os seus santos. Assim como ela foi a primeira a servir Cristo na fé, é a primeira a participar na plenitude de sua glória, a “perfeitissimamente redimida”. Maria foi acolhida, completamente, de corpo e alma, no céu porque acolheu o céu nela – inseparavelmente.
A Assunção de Maria ao céu é chamado vibrante a cada um de nós para viver, aqui na terra, como ela viveu: simples, humilde, pobre, com fé firme, atenta às necessidades dos outros, solidária, generosa, bondosa e prestativa.
A presente festa tem uma dimensão de solidariedade dos fiéis com aquela que é a primeira a crer em Cristo e por isso, também, é a mãe de todos os fiéis. Daí a facilidade com que se aplica a Maria o texto do Apocalipse, originariamente uma descrição do povo de Deus, que deu à luz o Salvador e depois se refugiou no deserto. O ‘grande sinal’ – “uma mulher vestida de sol e coroada de estrelas” – convida-nos a contemplar Maria, entronizada na glória junto do seu divino Filho. Convida-nos a tomar consciência do futuro que, já desde agora, o Senhor Ressuscitado abre diante de nós.
Na segunda leitura de hoje, ouvimos São Paulo afirmar que Cristo é o novo Adão, cuja obediência à vontade do Pai derrubou o reino do pecado e da escravidão e inaugurou o reino da vida e da liberdade. A verdadeira liberdade encontra-se no amoroso acolhimento da vontade do Pai. A assunção de Maria ao céu é vista como antecipação da ressurreição dos fiéis, que serão ressuscitados em Cristo. Observe-se, portanto, que a glória de Maria não a separa de nós, mas a torna unida a nós mais intimamente.
Como ensina nosso Papa Francisco,
ao celebrar esta festa, unimo-nos a toda a Igreja espalhada pelo mundo e olhamos para Maria como Mãe da nossa esperança. O seu cântico de louvor lembra-nos que Deus nunca esquece as suas promessas de misericórdia. N’Ela, todas as promessas divinas se demostraram verdadeiras. Entronizada na glória, mostra-nos que a nossa esperança é real e que, já desde agora, esta esperança se estende, ‘como uma âncora segura e firme para as nossas vidas’ (Hb 6, 19), até onde Cristo está sentado na glória.
Dirijamo-nos a Maria, Mãe de Deus, Nossa Senhora da Piedade, e imploremos a graça de viver alegres na liberdade dos filhos de Deus, a servirmos os outros, e a viver de tal modo que sejamos sinais de esperança, que encontrará a sua realização no Reino eterno, onde reinar também é servir.
Amém.
Bom dia. Abraço.