Armas nucleares, humanidade corre risco de suicídio

Cidade do Vaticano (RV) – “A humanidade corre o risco de suicídio.” Foi o que disse o Papa Francisco durante sua visita à sede do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, nesta segunda-feira (30/10), referindo-se à ameaça das armas nucleares.

 

Numa nota divulgada, nesta segunda-feira, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, informa que na próxima semana se realizará, no Vaticano, um encontro importante sobre o tema “Perspectivas para um mundo livre de armas nucleares e para o desenvolvimento integral”.

“O Santo Padre trabalha com determinação a fim de promover as condições necessárias para um mundo sem armas nucleares, conforme reiterado por ele, em março passado, na mensagem para a ONU. É falso falar de mediação da Santa Sé”, afirma Burke, como afirmado pela mídia italiana sobre a crise em andamento entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O encontro, promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, se realizará na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, nos dias 10 e 11 de novembro próximo, “com a participação de personalidades de alto nível”, segundo a subsecretária do organismo vaticano, Flaminia Giovanelli, entrevistada pela Rádio Vaticano – Secretaria para a Comunicação.

Giovanelli fala sobre o que o Papa disse durante sua visita ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Giovanelli: “O Papa sublinhou mais uma vez, algo que faz habitualmente, o fenômeno do comércio de armas. Reiterou a sua denúncia contra esse comércio de armas que estimula e alimenta esses redutos de conflitos, que não são redutos de conflitos, mas, disse ele mais uma vez: ‘Estamos numa verdadeira guerra’. Falando sobre as armas nucleares, uma ameaça que infelizmente está presente há décadas e se torna mais aguda, como nos dias  atuais, falou também de ‘suicídio da humanidade’, do risco de suicídio da humanidade. Proferiu palavras muito fortes.”

RV: Como nasceu esse encontro no Vaticano?

Giovanelli: “Diria que nasceu do querer dar um seguimento ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares adotado em julho passado e assinado pela Santa Sé em setembro, com grande convicção. Nasceu disso e certamente tudo isso caminha na direção daquilo que o Santo Padre deseja, de querer sublinhar algo positivo que aconteceu, pelo menos do ponto de vista simbólico, com a assinatura do Tratado. Depois, há também o aumento da crise nuclear e por causa disso esse congresso tornou-se realmente um momento muito importante. Tivemos uma ótima resposta de todas as instâncias que interpelamos, tanto da comunidade internacional quanto dos Prêmios Nobel. Participarão 11 delas e haverá também testemunhos de sobreviventes da tragédia de Hiroshima.”

(MJ/SC)

Fonte: Rádio Vaticano