Paz e bênção. A glória é a beleza do amor perfeito.
O c. 17: O tema dominante é a Glória do Pai, do Filho e de nós seus irmãos.
O que o Filho nos deixa em herança é o seu próprio relacionamento com o Pai. As suas palavras são uma oração: endereça-se àquele ‘Tu’ que faz existir o eu. Trata-se de um diálogo entre o tu do Pai e o eu do Filho, não entre o eu e o tu. Antes do eu há sempre um tu, em relação ao qual me vem a minha identidade – Jo 17, 1-11.
Jesus é o Filho amado que ama com o mesmo amor o Pai e os irmãos: o seu olhar está voltado ao céu e à terra, ao Pai e a todos os seus filhos/irmãos. A sua carne de Filho do homem, de fato, o torna solidário com todo homem. Por isto os polos do diálogo são três: “Tu”, “eu” e “estes”. Junto ao Pai e ao Filho, somos envolvidos também nós; no final nos tornaremos “um” com ele e com o Pai, no único amor.
Aos discípulos, enviados a continuar a sua obra no mundo, Jesus doa a fonte do amor: o seu relacionamento com o Pai.
Na Bíblia “glória” não indica a fama que alguém goza junto aos outros. Esta é uma vanglória, que vai e vem segundo a direção do vento. A glória que ninguém tira tem o valor que temos aos olhos de Deus: valemos tudo quanto Ele mesmo, que é amor infinito por nós. “Porque tu és precioso aos meus olhos, porque és digno de estima e eu te amo”, diz o Senhor (Is 43,4).
Em hebraico a palavra Kavod (=glória) é o “peso”, a consistência que uma pessoa tem em si, o seu valor intrínseco. A glória de Deus significa aquilo que ele é, que se revela a nós no esplendor daquilo que faz. Em João, a Glória é a beleza do amor perfeito, que se revela e se doa a nós na cruz.
Abençoada noite. Abraço.