Paz e bênção. À entrega total do Filho corresponderá a entrega total do Pai.
Enquanto as lideranças tramam a morte de Jesus, seus discípulos preparam a Páscoa. Para os primeiros, a morte será o fim de tudo, para Jesus, a última palavra está com a esperança. Deus está do lado do seu Servo e não o deixará nas garras da morte. À entrega total do Filho corresponderá a entrega total do Pai – Mt 26,14-25.
O dom supremo do Senhor está embutido entre a predição da traição de Judas e aquele do escândalo de todos os discípulos, com a negação de Pedro. As nossas infidelidades são as mãos que temos para acolhê-lo. A luz penetra em nossas trevas, e recria o homem belo e bom, como Deus o queria desde o princípio.
A traição não é um imprevisto: Jesus sabe: ainda se entrega a quem o entrega, não se recusa a quem o trai. “Seu amor por nós é forte, e sua fidelidade dura eternamente” (Sl 117,2).
Aquele que é o traidor não é um estranho, mas um amigo: “Amarrava-nos uma doce amizade, em direção a casa de Deus caminhávamos em festa” (Sl 55,15).
O pecado de Judas é o fracasso da existência, teria sido melhor não ter nascido. É o mal que nos destruiu como filhos. O Filho veio para nos salvar, dando a sua vida. A sua cruz é o “ai” de Deus, o seu sofrimento pelo mal do homem, Judas incluído. O seu é o pecado do mundo, aquele de todos nós, pelo qual Cristo morre.
Judas, o seu traidor disse: Mestre, sou eu?..Na pergunta de Judas já está a resposta. Para os outros Jesus é o “Senhor” (v.22), para ele somente ele é o “mestre”. Considerar Jesus como mestre da vida, e não como a vida, já é traí-lo. Jesus, de mestre se torna Senhor exatamente quando entendo que me é fiel em minha infidelidade, que se doa a mim que o traio.
Bom dia. Abraço.