Paz e bênção. Rezar, é o amor namorando: Mt 6, 7-15
De extraordinária importância na vida do cristão é este capítulo da oração. A um cristão que não sabe pôr-se em colóquio com Deus falta a razão de sua vida de crente. Por outro lado, um homem que está longe de Deus, por força de obstinação no mal, não está em condições de orar. A vida de família pode dar-nos uma ideia do que seja a oração.
Quanto mais existir acordo, entendimento, afeto na família, tanto mais florescerá o diálogo, a necessidade de trocar palavras, expressões, gestos de bondade. Inversamente, quanto mais houver ruptura, desacordo, rancor, menos se falará, até se fugirá da companhia e se irá para fora o mais possível. O adolescente que não está em boa harmonia com os pais não troca muitas palavras com eles, fala apenas quando tem necessidade de alguma coisa.
Quem não aprendeu a amar a Deus não sente necessidade de dialogar com Ele, quem tem de Deus um falso conceito, ou não conhece outra forma de prece que não seja pedir, ou acredita satisfazer a seus deveres ‘recitando’ fórmulas, está muito longe ainda de orar. A meditação do ‘Pai-nosso’ nos ensina a rezar (do Missal cotidiano).
Conversar com Deus, afaga a alma. Pensa que sabe rezar quem sabe o Pai-nosso. Puro engano! Rezar é falar com Deus. Abrir o coração. Deixar a alma falar. Olhar para Ele e deixar-se olhar por Ele. As fórmulas até que ajudam para a gente ter um critério objetivo. A melhor forma, porém, ainda é o diálogo vivo, a comunhão de pessoa a pessoa, o amor namorando.
Bom dia. Abraço.
Dom João Inácio Müller, ofm
Bispo de Lorena – SP