Paz e bênção!
A Igreja nos ensina que a missão evangelizadora “constitui a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade” (EN 14). Desde o início de seu ministério público, Jesus “chamou os que quis (…) para estar com Ele e para enviá-los a pregar” (Mc 3,13-15). A Igreja nasce para a missão evangelizadora: “Vão, portanto, e façam que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo o que lhes ordenei. Eis que eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).
Este mandato do Senhor é para toda a Igreja, também para nossa Igreja de Lorena. Somos chamados a nos abrir à toda a humanidade e partilhar das maravilhas que o Senhor nos faz: “Tenho ainda outras ovelhas (…). Também a elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16). Recorda o Decreto Presbyterorum ordinis sobre o ministério e a vida dos presbíteros: “O dom espiritual, recebido pelos presbíteros na Ordenação, não os prepara para uma missão limitada e determinada, mas sim para uma missão imensa e universal de salvação, ‘até os confins da terra’; com efeito, todo o ministério sacerdotal participa da amplitude universal da missão confiada por Cristo aos apóstolos. Com efeito, o sacerdócio de Cristo, do qual os presbíteros se tornaram verdadeiramente participantes, dirige-se necessariamente a todos os povos e a todos os tempos (…). Lembrem-se, por isso, os presbíteros que devem tomar a peito a solicitude de todas as Igrejas. Portanto, os presbíteros daquelas Dioceses que têm maior abundância de vocações, mostrem-se de boa vontade preparados para, com licença ou a pedido do próprio Ordinário, exercer o seu ministério em regiões, missão ou obras que lutam com falta de clero” (PO 10).
Quem crê e vive, está chamado a dar: “De graça recebestes, de graça dai também vós” (Mt 10,8). Esta é a dinâmica profunda da missão. Por isso, a missão é a prova da fé, como nos sugere São João Paulo II, na carta apostólica Novo Millenio Ineunte: “Quem encontrou Cristo não pode retê-lo para si somente” (NMI 40). A Igreja vive sua catolicidade abrindo-se a todas as pessoas, consciente que “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece!” (Carta Encíclica Redemptoris missio, 2). Nenhuma Diocese pode fechar-se sobre si mesma; deve dar de si a todas. Para isso é que recebemos o Espírito Santo: para sermos testemunhas do Senhor até os confins da terra (cf. At 1,8).
Também nós somos missionários no mundo e para o mundo: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio a vós” (Jo 20,21); ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). Esta é a missão que Jesus deixou aos seus. Esta é nossa missão, que abraçamos com gratuidade, dando do melhor, pois do Senhor o recebemos. Portanto, como lembrava São Francisco a seus Frades: “Nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá” (S. Fco).
O missionário está sempre com o coração voltado para o Senhor. Por isso, caros Padres Missionários, a comunhão existencial com Jesus é o ponto de partida e o alimento da missão. Se Jesus não pôde dizer nada que não o tenha escutado do Pai, e nem fazer nada que não o tenha visto fazer o Pai (cf. Jo 5, 19.30; 15,15), da mesma maneira o missionário. Jesus precisa ser íntimo de vocês, precisa ser contemplado, escutado, amado, seguido. Ele não abandona vocês, nunca. Sabemos, somente a sede saciada se transforma em mensagem. Lembrava São João Paulo II, na Exortação apostólica Vita Consecrata “quanto mais se vive de Cristo, tanto melhor se pode servi-Lo nos outros, aventurando-se até aos postos de vanguarda da missão, e abraçando os maiores riscos” (VC 76). Por isso, é importante a oração e a contemplação. Outrossim, como lembra a Instrução Partir de Cristo, “Sem uma vida interior de amor que atraia a si o Verbo, o Pai e o Espírito (…) o rosto dos irmãos torna-se opaco” (PC 25). Que vocês, com a vossa vida, na missão que lhes está sendo confiada, tornem visível a presença amorosa e salvadora de Cristo, o consagrado do Pai. E, como Jesus, tenham olhos para todos, em particular para os mais necessitados.
Aquele que totalmente se entregou, o Crucificado-ressuscitado diz, ainda hoje:
“Ite, nuntiate – Ide, e anunciai!” (28,10): estas palavras, dirigidas a Maria Madalena e à outra Maria pelo Senhor Jesus Ressuscitado, continuam ecoando hoje no vazio do túmulo, chamando, com veemência, a nós, Igreja de Lorena. O Seu mandato para “ir e anunciar” reveste nossa vida de ressuscitados com Ele, suscitando em nós o dinamismo missionário de “ir e anunciar”, Igreja em saída, dando do melhor.
Caros Padres Daniel e Odair, a nossa Igreja de Lorena, envia vocês em missão; a Igreja de Lorena reza por vocês, porque a oração é o segredo da evangelização; a Igreja de Lorena está, com vocês, com os pés da saída daqueles que escutaram o imperativo do Crucificado-ressuscitado: “Ide e anunciai!”.
Por isso, a Igreja de Lorena diz: Padre Daniel, Vai! Padre Odair, vai! E a Igreja de Jardim reza aos céus, clamando: Padre Daniel, Vem! Padre Odair, Vem!
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Boa e abençoada missão. Abraços, Padres Daniel e Odair.