Sem discursos, Papa se deteve em oração em Auschwitz e Birkenau, maiores campos de extermínio durante o regime nazista
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco visitou, nesta terça-feira, 29, os campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau, na Polônia. Fazendo uma pausa no clima de festa por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, Francisco refletiu, em silêncio e oração, o sofrimento humano, recordando tantas vidas tiradas nesses campos durante o regime nazista.
O Santo Padre não fez discurso, optando pelo silêncio e oração. Ao fim da visita, assinou o livro de honra, onde escreveu as seguintes palavras, em espanhol: “Senhor, tenha piedade do Seu povo! Senhor, perdão por tanta crueldade”.
A pé, Francisco atravessou o arco de ingresso com a escrita em alemão Arbeit Macht Frei (o trabalho liberta) e dirigiu-se ao chamado “Bloco 11”, onde se deteve em oração silenciosa na praça diante do edifício – local em que São Maximiliano Kolbe ofereceu a sua vida para salvar outro prisioneiro, um pai de família.
Assista, a seguir, como foi a visita, com narração de Silvonei José, da Rádio Vaticano:
Diante do prédio, o Papa foi acolhido pela primeira-ministra, Beata Maria Szydlo, e cumprimentou individualmente 10 sobreviventes do campo de concentração. O último deles entregou uma vela ao Pontífice, que ele acendeu e ofereceu como dom ao local, detendo-se mais uma vez em oração diante do muro usado para o fuzilamento dos prisioneiros.
Na sequência, Francisco entrou no edifício para rezar na “cela 18”, onde São Maximiliano Kolbe pagou a pena destinada ao pai de família, que consistia na morte lenta, através da privação de água e comida. Depois de duas semanas de agonia e diante da obstinação do franciscano em rezar e entoar hinos a Maria, o sacerdote polonês morreu por envenenamento, no dia 14 de agosto de 75, em 1941. Na saída, o Pontífice assinou o Livro de Ouro.
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Birkenau
Três quilômetros separam Auschwitz de Birkenau. Ao chegar na entrada principal deste segundo campo, Francisco percorreu de carro elétrico a ferrovia até a praça do Monumento às Vítimas das Nações. Ali, aguardavam-no cerca de mil convidados, a Primeira-Ministra e o Diretor do Museu de Auschwitz-Birkenau.
O Pontífice passou diante das lápides comemorativas nas várias línguas dos prisioneiros e depois de uma oração silenciosa, depositou uma vela. A seguir, encontrou 25 “Justos entre as nações”, isto é, pessoas não judias que receberam um reconhecimento por arriscarem suas vidas durante o Holocausto para salvar judeus do extermínio nazista. Um rabino entoou o Salmo 130 em hebraico, que depois foi lido em polonês por um sobrevivente.
Fonte: Canção Nova