“Aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola”
(Prefácio da Missa pelos Mortos)
A Liturgia Católica celebra no dia, 02 de novembro, a comemoração dos Fiéis Defuntos, o “dia de finados”. Este dia é dedicado à oração pelos fiéis da Igreja. O culto aos mortos que celebramos nesse dia está enraizado na tradição católica desde os primeiros séculos e possui um significado muito profundo para o povo de Deus, que desde os tempos antigos do Império Romano, possui grande reverência para com os mesmos. Prova disso, é a reconfiguração da geografia da cidade de Roma, uma vez que naquela época, havia grande distanciamento por parte dos romanos no que se referia ao trato com os defuntos, e contrapondo esta realidade os cristãos iam ao encontro dos mortos, seus irmãos na fé, os sepultavam em lugares comuns (catacumbas) e rezavam por eles na certeza de que, tendo participado da morte do Cristo, agora participavam com Ele da sua ressurreição. Mais tarde, surgiu também o costume de sepultar os corpos dos fiéis falecidos próximo as catacumbas dos santos mártires, a fim de que estes pudessem ajudar o fiel com suas preces, a purificar-se dos pecados cometidos e o quanto antes entrar na posse da herança garantida por Cristo aos seus e, por fim, os cemitérios (Lugares públicos abertos) onde passaram a construir túmulos e jazigos para depositar os corpos de seus defuntos.
Neste dia, a Igreja concede indulgência plenária aos vivos e aos mortos. Trata-se do tesouro da graça da remissão das penas para os fiéis que adormeceram na graça de Deus e ainda se encontram no purgatório, lugar de purificação e aguardo para a plena posse da herança prometida por Cristo. Para lucrar as indulgências, neste fim as condições estabelecidas pela Igreja são as seguintes:
– Confissão Sacramental;
– Comunhão Eucarística;
– Visita aos Cemitérios;
– Oração do Creio, Pai Nosso, Ave Maria e Glória nas intenções do Santo Padre;
– Desejo de lucrar as indulgências e por isto oração na intenção do falecido.
Vale lembrar que cada fiel, pode lucrar a indulgência para si e para um defunto apenas, e que possui grande significado e incomparável valor a celebração do Santo Sacrifício Eucarístico (Missa) aplicado nas intenções dos falecidos, como é costume desde há muito tempo em nossa cultura, sobretudo nos lugares mais tradicionais do Brasil. Também merece destaque os gestos externos que exprimem a piedade da fé na comunhão dos santos expressos pelo povo em suas visitas aos cemitérios, quando depositam suas flores e acendem suas velas, diante da sepultura de seus falecidos. Flores que representam a continuidade da vida, que desabrocha plenamente junto da Luz de Deus expressa na Ressurreição do seu Filho, cuja fé professamos no batismo e faz arder, tal qual a chama da vela o nosso coração confiante e desejoso de habitar o Reino de Deus, onde se encontram tantos dos nossos entes queridos já falecidos.
Aproveitemos então o que a Igreja nos propõe para viver com proveito este dia de graça para todos os seus filhos e filhas, e confiemos a Deus nossos irmãos falecidos, na certeza de que sua ação divina transforma nossas vidas mortais em vida eterna e nos faz participar da sua eternidade, por isso da sua divindade, em Cristo Jesus, o vencedor da morte e Senhor da vida em plenitude.
Deus te guarde e tenha em suas mãos a alma de seus entes queridos falecidos!
Alegri@