Mensagem Pastoral para o Ano Santo Jubilar

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo: sacerdotes, diáconos, religiosos(as), seminaristas, consagrados(as), leigos e leigas,

É com imensa alegria que nos aproximamos do Ano Santo Jubilar de 2025, uma graça especial concedida pela infinita misericórdia de Deus. Este tempo de bênção é uma oportunidade única para renovarmos a nossa fé, fortalecer a esperança e vivermos intensamente a caridade cristã.

O significado do Jubileu na tradição católica

Na tradição da Igreja, o Jubileu é um ano marcado por misericórdia, conversão e reconciliação. É um tempo propício para a remissão dos pecados e das penas correspondentes, vivido de modo especial através do Sacramento da Penitência. Inspirados pela figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, somos chamados a ser luz para o mundo, transmitindo a graça, a vida e o amor de Deus à humanidade.

A origem dessa prática remonta ao Antigo Testamento, no livro do Levítico (Lv 25,8-13), quando o povo de Deus celebrava o “ano da graça” como tempo de perdão, libertação e restituição. No Novo Testamento, Cristo é apresentado como o cumprimento pleno desse Jubileu, ao proclamar: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres, proclamar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos e libertar os oprimidos” (Lc 4,18).

Desde o primeiro Jubileu, proclamado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII, este evento tem sido ocasião de grandes frutos espirituais, levando os fiéis ao perdão, à fraternidade e à renovação da vida cristã.

2025: “Peregrinos da Esperança”

O lema escolhido pelo Papa Francisco para este Jubileu, “Peregrinos da Esperança”, nos convida a caminhar com fé viva, confiando no Senhor que jamais nos abandona. Em sua Bula Spes non Confundit, o Santo Padre destaca:

“Possa este Jubileu ser para todos um momento de encontro pessoal com Jesus Cristo, a ‘porta’ de salvação (Jo 10,7), Aquele que é a nossa esperança” (1Tm 1,1).

Durante o Ano Santo, somos chamados a realizar peregrinações, participar da Santa Missa, buscar a confissão sacramental e praticar obras de misericórdia. Essas ações nos ajudam a experimentar a misericórdia de Deus e a crescer no amor ao próximo.

As indulgências do Jubileu

A indulgência plenária, disponível durante o Ano Santo, é um tesouro da Igreja que nos permite experimentar profundamente a purificação do coração. Para obtê-la, os fiéis devem:

Peregrinar até a igreja jubilar, participar da Missa ou rezar o Terço, fazer um momento de adoração eucarística ou oração com o Credo, Pai-Nosso e Ave-Maria nas intenções do Santo Padre.
Para os impedidos por enfermidade ou idade avançada, é possível obter a indulgência unindo-se espiritualmente às celebrações e oferecendo seus sofrimentos ao Senhor.
Além disso, praticar obras de misericórdia, como visitar doentes, presos ou necessitados, também é caminho para a indulgência.
Não nos esqueçamos das condições habituais para ganhar a indulgência: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Papa.

O Jubileu na Diocese de Lorena

Na nossa Diocese, a igreja jubilar será a Catedral Nossa Senhora da Piedade. Convido as paróquias a organizarem peregrinações até este local sagrado, incentivando os fiéis a vivenciarem esse momento de graça. É importante que se destaque a participação no Sacramento da Penitência, garantindo disponibilidade de sacerdotes para confissões.

A abertura do Jubileu será celebrada no dia 29 de dezembro de 2024, com uma caminhada de peregrinação da Igreja Nossa Senhora de Fátima até a Catedral, onde acontecerá a Santa Missa Pontifical.

Vivamos o Jubileu como Igreja em missão

Que este Jubileu de 2025 seja para todos nós um tempo de profunda renovação espiritual e de anúncio corajoso da esperança cristã ao mundo. Caminhemos juntos como “Peregrinos da Esperança”, conduzidos pela luz de Cristo, fortalecidos na fé e na caridade.

Peço que Maria Santíssima, Nossa Senhora da Piedade, nos acompanhe com sua proteção maternal e nos conduza a um Jubileu rico de frutos espirituais.

Com minha bênção,

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

Bispo da Diocese de Lorena/SP