Paz e bênção. Jesus fala, trazendo o Pai e o Espírito dentro.
Na liturgia deste domingo (Lc 6,17.20-26), Jesus proclama as Bem-aventuranças. As Bem-aventuranças são o evangelho, a boa notícia que Jesus traz aos pobres, aos quais e pelos quais ele anuncia a realização das promessas. É o juízo divino sobre a realidade humana. O modo divino de avaliar a realidade, o modo divino de nos salvar. Oferece-nos o seu amor e a sua misericórdia. Os horizontes do Reino são muito diferentes dos nossos, geralmente pequenos, estreitos, encurtados. Por isso, os valores e os critérios de Jesus também são diferentes dos nossos. Enquanto procuramos a felicidade na riqueza, no poder, nos prazeres, Jesus vai ao encontro justamente das vítimas desses três ídolos: os pobres, os famintos, o que choram, os que são perseguidos! A alegria do Reino anunciado por Jesus os contagia justamente porque Jesus promete, propõe e provoca uma reviravolta neste mundo dilacerado pelo egoísmo humano (O pão nosso).
A felicidade de que fala Jesus está inscrita nos rostos dos seus discípulos. É, de facto, olhando-os que Ele os declara “felizes”. Duas bem-aventuranças estão no presente. Os discípulos são já felizes, porque são pobres: deixaram tudo, barco, família, para inaugurar com Jesus o seu Reino e pregar a sua carta. São felizes porque são já cidadãos deste Reino. São já felizes porque são como o seu Mestre, rejeitados, insultados. O seu discurso incomoda, porque convida a uma mudança, a um regresso a Deus: amar é já sair de si mesmo (Deho).
Abençoado Domingo. Abraço.