Cidade do Vaticano (RV) – Para seguir adiante e crescer no caminho da vida é preciso não ter medo: é preciso ter confiança. Foi a exortação do Santo Padre no Angelus, ao meio-dia deste domingo (19/11), 1º Dia Mundial dos Pobres. O Papa partiu do Evangelho dominical (Mt 25,14-30), que nos traz a parábola dos talentos, para convidar-nos a não desperdiçar os dons que Deus nos deu.
Muitas vezes o medo leva a escolhas equivocadas
Referindo-se ao comportamento do terceiro servo que por medo de seu senhor enterrou o talento que lhe fora confiado, ressaltou que este servo não tem com seu patrão uma relação de confiança, mas de medo dele, e isso o paralisa. O medo imobiliza sempre e muitas vezes leva a escolhas equivocadas. Francisco afirmou que esta parábola nos faz entender como é importante ter uma ideia verdadeira de Deus.
“Não devemos pensar que Ele seja Senhor inclemente, duro e severo que quer nos punir. Se dentro de nós há esta imagem equivocada de Deus, então nossa vida não poderá ser fecunda, porque viveremos no medo e isso não nos levará a nada de bom. Somos chamados a refletir para descobrir qual é verdadeiramente nossa ideia de Deus.”
Deus misericordioso e piedoso, lento na ira e grande no amor e na fidelidade
Já no Antigo Testamento ele se revelou como “Deus misericordioso e compassivo, lento à ira e rico de amor e de fidelidade” , lembrou o Pontífice. E Jesus sempre nos mostrou que Deus não é um Senhor severo e intolerante, mas um Pai repleto de amor, de ternura, um Pai cheio de bondade. Portanto, podemos e devemos ter uma imensa confiança n’Ele”, acrescentou.
“Jesus nos mostra a generosidade e a solicitude do Pai em muitos modos: com a sua palavra, com seus gestos, com seu acolhimento a todos, especialmente para com os pecadores, os pequenos e os pobres – como hoje nos recorda também o 1º dia Mundial dos Pobres –; mas também com suas advertências, que revelam seu interesse a fim de que não desperdicemos inutilmente nossa vida. Efetivamente, é sinal de que Deus tem grande estima por nós: essa consciência nos ajuda a ser pessoas responsáveis em toda nossa ação.”
Chamado a uma responsabilidadce pessoal e a uma fidelidade
Portanto, a parábola dos talentos nos chama a uma responsabilidade pessoal e a uma fidelidade que se torna também capaz de colocar-nos novamente a caminho em novas estradas, sem “enterrar o talento”, ou seja, os dons que Deus nos confiou, e dos quais nos pedirá conta, acrescentou.
Após a oração mariana, o Papa lembrou aos presentes na Praça São Pedro que este sábado foi proclamado Beato em Detroit, nos EUA, Francisco Solano, sacerdote da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
“Humilde e fiel discípulo de Cristo, distinguiu-se por um incansável serviço aos pobres. Seu testemunho ajude sacerdotes, religiosos e leigos a viver com alegria a união entre anúncio do Evangelho e amor aos pobres”, frisou Francisco.
“Foi o que quisemos evocar com o Dia Mundial dos Pobres, celebrado este domingo, que em Roma e nas dioceses do mundo se expressa em muitas iniciativas de oração e de partilha. Faço votos de que os pobres estejam no centro de nossas comunidades não somente em momentos como este, mas sempre; porque eles estão no coração do Evangelho, neles encontramos Jesus que nos fala e nos interpela através de seus sofrimento se de suas necessidades.”
Apelo à comunidade internacional em favor da paz no Oriente Médio
Francisco recordou também as populações que vivem uma dolorosa pobreza por causa da guerra e dos conflitos, renovando à comunidade internacional um veemente apelo a fazer todo esforço possível em favor da paz, em particular no Oriente Médio.
“Dirijo um pensamento especial ao querido povo libanês e rezo pela estabilidade do país, a fim de que possa continuar sendo uma ‘mensagem’ de respeito e convivência para toda a região e para o mundo inteiro”, afirmou ainda.
“Rezo também pelos homens, as pessoas da tripulação do submarino militar argentino desaparecido”, acrescentou o Pontífice recordando por fim, este domingo, o Dia de recordação das vítimas das estradas, instituído pela Onu, exortando os motoristas à prudência e ao respeito pelas normas de trânsito, qual primeira forma de tutela para si e para os outros. (RL)
Fonte: Radio Vaticano