Cantando os tempos Litúrgicos

Advento

Com o tempo do Advento iniciamos o ano litúrgico! Esse tempo é marcado pela espera de Jesus que está para chegar. Devemos ser vigilantes, porque Ele virá, um dia, na sua glória para julgar os vivos e os mortos. É preciso estar atentos a cada momento, a cada pessoa que encontramos, aos acontecimentos do nosso dia a dia, pois o Senhor virá e não tardará! A preparação para a vinda final de Jesus se dá a cada instante de nossa vida. Preparemos os caminhos do Senhor, pois Ele está sempre chegando, e essa preparação inicia-se pela conversão, pela mudança de vida que João Batista prega no deserto. Os que viviam nas trevas do pecado, recebem uma Boa-Nova, que é anunciada por Isaías. Que neste tempo possamos abrir as portas do nosso coração para Jesus, e que possamos anunciá-lo ao mundo através do nosso testemunho, como fez Maria. Que a nossa vida esteja sempre à disposição de Deus, e que o Espírito nos cubra com sua sombra fecundando a nossa vida.

O tempo do Advento é um tempo alegre, porém a Liturgia pede que as celebrações sejam sóbrias. Neste tempo não se canta o Hino de Louvor, para que, quando chegar a noite santa do Natal, juntamente com os anjos, possamos cantar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados!”; O “aleluia” é cantado normalmente. Costuma-se neste período acender a coroa do advento, que marca os quatro domingos deste tempo. Algumas comunidades costumam cantar uma canção no momento de acender a vela daquele respectivo dia. Essa canção deve dizer a toda a comunidade que Jesus está para chegar, e que ele é a luz que veio para iluminar a escuridão. Os cantos desse tempo devem expressar a vigilância, espera e conversão, que são elementos característicos deste tempo.

 

Natal

O tempo do Natal nos faz memoria da Encarnação do Verbo. Este tempo nos convida a aproximarmo-nos do Salvador e experimentar a ternura, solidariedade e o amor de Deus por nós! Junto com os anjos cantamos a Glória de Deus, que traz a paz aos homens que são amados por Ele. Jesus veio para todos, e Ele se dá a conhecer pelos que buscam a verdade, como os reis Magos que procuravam o Messias, e foram conduzidos até ele por uma estrela guia que indicou o caminho. O Pai quis mostrar toda a sua simpatia por Jesus em seu batismo no rio Jordão: “Este é meu Filho muito amado…”! A pedido de sua mãe, Ele realiza seu primeiro milagre, da água faz brotar vinho, anunciando a todos que se inicia um tempo de alegria, e ao mesmo tempo manifesta a sua glória. Os cantos do tempo natalino devem expressar alegria, pois nasceu para nós o Salvador que é Cristo o Senhor! Então as canções devem conter em suas letras estes acontecimentos: Deus que se fez homem como nós para salvar toda a humanidade. Na Encarnação, Ele nos mostrou que é possível sermos misericordiosos e caridosos com os irmãos. O hino de Louvor e o Aleluia devem ser cantados com muita alegria e vibração!

 

Tempo Comum

O Tempo Comum inicia-se na segunda-feira que segue a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) até a terça-feira antes da Quaresma (primeira parte), e o que decorre da segunda-feira depois de Pentecostes até as primeiras Vésperas do I Domingo do Advento (segunda parte). Este longo período compreende 33/34 semanas, distribuídas em dois ciclos. Tudo o que não é especial é comum! Comum é tudo o que não tem um caráter particular, mas ele não deixa de ser importante! Antes da organização das celebrações do ciclo natalino e da Quaresma, as comunidades repartiam o pão no primeiro dia da semana, celebravam a Eucaristia no “Dia que o Senhor fez para nós!”. Não existindo ainda os tempos especiais e com características particulares, todo tempo era comum. O tempo comum é o maior tempo do ano litúrgico e dentro deste período encontramos várias solenidades. Neste tempo é preciso escolher bem os cantos para as celebrações e deve ser levada em conta o Mistério de Cristo, que encontramos em cada semana na Palavra Proclamada, e também a experiência de nossa vida, de nossa realidade, e os acontecimentos de cada semana. Que no Tempo Comum possamos entoar a Deus um cântico novo! Cântico novo é aquele que nasce na caminhada do povo, brota da ação renovadora do Espirito, é a comunidade expressando a sua experiência religiosa, sua tradição, história de fé através de um canto.

 

Quaresma

O tempo da Quaresma é de penitência e conversão, mas não é tempo de tristeza, porque já somos vitoriosos em Jesus, que venceu a morte e nos deu vida. É preciso que aconteça um clima todo especial que a Liturgia nos propõe nesse tempo quaresmal, e isso precisa acompanhar a música e o canto. O nosso canto não deve ser triste, mas sereno e esperançoso, proporcionando um verdadeiro clima de oração, contemplação e penitência. Porém, não se trata de um tempo de louvor; por isso se omite o hino de louvor, assim como o “Aleluia na aclamação ao Evangelho. Os Salmos são de meditação, a melodia deve ser cantada expressando nosso arrependimento, súplica de piedade. É necessário que todos os cantos da Missa, estejam de acordo com a liturgia e devem ser bem escolhidos, cantados e tocados afim de promover o que nos convida este tempo forte e profundo que é a penitência e a conversão.

 

Páscoa

A ressurreição de Jesus é o ponto central de nossa fé! Viver o tempo pascal é ter a oportunidade de nos abrir para uma vida nova que o Cristo Ressuscitado nos oferece. Nossos cantos devem expressar a alegria, exultação, pois somos ressuscitados com ele. O aleluia e o glória são entoado solenemente pelos nossos lábios e corações. Todos os dias desse período são “Dias de Páscoa” e não “dias após a Páscoa”, isto é, vivemos intensamente cada um desses dias como: “O dia que o Senhor fez para nós!” (Sl. 117)