Paz e bênção. Quando, como será o fim do mundo?
O ‘quando’ que realmente importa é o ‘dia-a-dia’, pois é nele que se realiza o juízo de Deus. Aqui se decide a salvação ou a perdição, o nosso ser-com-Ele ou o nosso ser-longe-dEle, a bênção ou a maldição. A vida ou a morte, em qualquer lugar, depende de pôr em prática ou não a Palavra, que o Senhor colocou diante de nós para sinalizar o caminho da vida. No fim, cada um colhe o que semeia (Gl 6,8).
Precisamos assumir o presente com responsabilidade de irmão (caridade) e construir o futuro com a inteligência da promessa (esperança). O cristão, consciente do momento presente, desperta-se do sonho e vive como filho e filha da luz (Rm 13,11-14).
A Igreja ensina (Gaudium et spes) ‘que a importância das tarefas terrenas não é diminuída pela esperança escatológica, mas que esta antes reforça com novos motivos a sua execução’ (GS 21).
Nossas atitudes são decisivas. Precisamos estar vigilantes = fazer o agrado do Pai. Precisamos discernir a presença do Emanuel (Deus conosco), sempre presente entre nós. Quem O espera e O reconhece, com fatos e não só com palavras, O encontra como o esposo que vem para o grande dia. Quem não O espera e não está preparado para reconhecê-Lo é surpreendido pela visita do ladrão, que rouba, assalta e mata (Mt 24, 42-51).
O fim (o término e o sentido) é decisivo para a vida presente. Quem não espera nada, não se ocupa com nada. Quem espera só um fim limitado a este mundo e à sua história, pode se agitar muito, mas, se fracassa, se desespera. Quem espera o que só Deus pode dar, prepara-se ativamente para acolhê-lo e procura ser coerente com aquilo que o espera.
Bom dia. Abraço.
Dom João Inácio Müller, ofm
Bispo diocesano de Lorena SP