Sem Jesus nada se pode fazer

Paz e bênção. Sem Jesus nada se pode fazer – Jo 15,1-8.

Dependência mais absoluta: só quem permanece em Cristo dá fruto; quem se volta para outro lado seca. É uma permanência que não é passividade, mas se refere a um relacionamento criativo e fecundo. Permanecer na ‘escuta da Palavra e na partilha do Pão’; ‘permanecer no amor e no serviço aos irmãos’. Intimidade que dá fruto.

A Comunidade compreendeu que não é a Lei mas Cristo que é a salvação e por isso a circuncisão não é uma condição para aderir ao Evangelho (At 15, 1-6). Só de Jesus provém a vida: Jesus ressuscitado é a vida da Igreja. A opção é clara: ou permanecer com Cristo e dar fruto, ou morrer sem dar fruto. E permanecer em Cristo é ser-Lhe fiel e guardar o Seu mandamento: ‘Amai-vos uns aos outros’. Um amor que encontra o seu fundamento no próprio amor de Cristo: um amor obstinado, sem arrependimentos, até à morte. Permanecer em Cristo é, finalmente, permanecer na Igreja, Seu corpo, comunidade dos crentes. A Igreja é o lugar onde a vida se move na linha do dom e do serviço, mesmo que nela estejam presentes o pecado e a fraqueza dos homens.

Jesus está para enfrentar a morte. Mas continua a ser, para os seus, fonte de vida e de santidade. Unidos a Ele podem dar muito fruto (15, 6). Jesus é a videira verdadeira, que produz frutos e corresponde aos cuidados do Pai.

Sem Jesus nada se pode fazer. Só Ele é o fundamento da nossa vida. E não temos o direito de procurar outro fundamento para ela, ou de acrescentar a Cristo outra realidade que não seja Ele. Era o que pretendiam fazer os cristãos vindos do judaísmo. Não percebiam que, tendo aderido a Cristo, deviam abandonar as antigas perspectivas, porque não há dois fundamentos, nem duas fontes de vida, mas uma só: Cristo. É nele que havemos de pôr toda a nossa fé e toda a nossa confiança. O batismo, que nos une a Cristo, como varas à cepa, é quanto basta. De Cristo recebemos a seiva divina, que é o Espírito Santo, que nos dá a vida, e produz em nós os seus frutos, a começar pela da caridade.

Bom dia. Abraço.

Dom João Inácio Muller

Bispo de Lorena