O infinito amor de Deus Pai

Paz e bênção. O infinito amor de Deus Pai.

Celebramos, neste domingo, o infinito amor do Pai por seu povo e por seus filhos e filhas espalhados pelo mundo todo, ao longo da história da salvação – Mt 21, 33-43. O amor do Pai chega à sua máxima expressão no Filho enviado que, no mistério da sua morte, dá a sua vida para que todos tenham vida. Em toda Eucaristia, celebramos o mistério desta entrega, à qual somos associados pelo Espírito, que nos torna participantes do amor do Filho pelo Pai e por nós, seus irmãos e irmãs.

O povo de Deus tem rejeitado a lógica do amor, e amor incondicional. Parece que queremos matar Deus e a sua lógica, o dinamismo do Reino. Por quê? Cultivamos o desejo do ter, possuir, tomar, acumular. Esta embriaguez pelo poder e dinheiro é a origem das colheitas de sangue da terra, ‘a raiz de todos os males’ (1Tm 6,10).

Deus não se entrega; sempre é largo em bondade e perdão, é pleno em vida; recomeça, após cada traição, a assediar de novo o coração com sempre novos métodos e modos. Deus sempre busca aproximar-Se de nós. Chega a enviar o seu próprio Filho, o Único. E, quando um povo ou pessoa não quer ou não aceitar as maravilhas e a bondade de Deus, Ele não é revanchista. O que faz? Vai ao encontro de outro povo, de outras pessoas. Confia, sempre acredita.

‘O Reino de deus será dado a um povo que produzirá fruto’. Que conforto nestas palavras. Os meus medos e dúvidas, os meus pecados, o meu campo estéril não bastam para interromper a história de Deus. O Seu projeto, que é um vinho de festa para o mundo é mais forte que minhas traições, e avança, não obstante todas as forças contrárias: a vinha florirá e dará fruto.

O que Deus espera de nós? Deus espera que nós, seus filhos e filhas, seu povo, não amadureçamos mais frutos de sangue ou tristezas amargas, mas cachos iluminados, cheios e doces como o mel; espera uma história que não seja de guerras por posses, nem batalhas de poder, mas uma colheita de bondade, um fruto de justiça, cachos de honestidade.

Nós não teremos como justificar – nem no futuro e nem no presente – o fato de pessoas não terem comida, educação, saúde, dignidade. Todas as pessoas são filhos e filhas de Deus. Ainda hoje o Filho é morto e jogado fora. Isto é vergonhoso. E por quê? Por dinheiro e poder. Deus não nos criou para isso. Ele mesmo veio nos mostrar como se vive a vida de filhos e filhas. Jesus nos mostra e ensina um mundo tão belo: o Reino de Deus, o mundo, as relações conforme o coração de Deus Pai. Precisamos, por onde estamos, fazer o Reino cintilar. Vivamos o Reino! Que ele não nos seja tirado.

Desejo abençoado Domingo. Abraço.

Dom João Inácio Müller, ofm

Bispo diocesano de Lorena SP