CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2016

LEMA: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (cf. Amós 5,24)

 

A tradicional Campanha da Fraternidade realizada no período da Quaresma, conforme a proposta anual da CNBB, terá neste ano a participação de outras Igrejas cristãs (membros do CONIC) e entidades afins (como, por exemplo, MISEREOR da Alemanha). Neste ano, o objetivo principal é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

 

Por que falaremos da “Casa Comum” nesta Quaresma?

A proposta está em harmonia com a Encíclica do papa Francisco, “Laudato Si”. Na mesma, afirma o Papa: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum” (LS, 13). Sendo assim, a motivação para refletir e exigir aquilo que é de direito –  saneamento básico – justifica-se na justiça social. A garantia dos direitos humanos assegura vida dignas, saúde, independentemente da fé professada. Todavia, para nós cristãos há uma compreensão de que Deus quer a justiça para todos. A justiça é um dos fundamentos do Reino de Deus. Por isso, a fundamentação bíblica desta Campanha esta na denúncia do profeta Amós: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (cf. Amós 5,24). O cuidado com a Casa Comum é um dever; iremos refletir e vivenciar a fidelidade a Deus na preservação de todos os bens necessários para que a grande família humana possa viver com dignidade.

 

Como celebrar e viver esta Campanha? O que pode ser feito?

Temos uma bela proposta: cuidar da Casa Comum que foi dada por Deus. Devemos fazer dela um lugar saudável e digno, onde haja fraternidade e a justiça. Tudo o que fizermos precisa ser realizado à luz da fé, que nos dá discernimento e fortalece nossa disposição. Nossa vida de oração deve corresponder àquilo que fazemos em nosso dia-a-dia. Alguns gestos podem ser feitos, conforme a proposta do Texto Base, para romper com a cultura de desperdício e consumo: requerer políticas públicas (Planos municipais de saneamento básico); atitudes pessoais, como canalização de águas de chuva, separação do lixo, água usada com economia. E, ainda, na caminhada quaresmal a realização de um jejum para evitar o consumismo extremo e o desperdício de alimentos. Recomenda-se que o dinheiro não gasto nestes dias de jejum e abstinência de carne sejam doados para projetos sociais ou pessoas necessitadas que conhecemos e precisem deste cuidado.